Características epidemiológicas e análise temporal de sífilis congênita na região norte do Brasil de 2010 a 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SANTOS, Fabio Conceição dos lattes
Orientador(a): ARAÚJO, Eliete da Cunha lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15308
Resumo: Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) são consideradas um problema de saúde pública, com impacto direto sobre a saúde reprodutiva e infantil, acarretando infertilidade e complicações na gravidez e no parto, além de causar morte fetal e agravos à saúde da criança de forma permanente. Dentre as IST´s, a sífilis é uma das mais frequentes, sendo exclusiva do ser humano, e quando ocorre a transmissão vertical, denomina-­se sífilis congênita. Esforços mundiais são empregados para eliminação da Sífilis Congênita, no entanto, a sua incidência ainda é alta em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Objetivo: Avaliar a epidemiologia e tendência temporal de Sífilis Congênita na região Norte do Brasil de 2010 a 2019. Materiais e Método: Trata-­se de uma Pesquisa epidemiológica-descritiva, retrospectiva com abordagem quantitativa, que analisou o perfil epidemiológico e temporal de casos de Sífilis Congênita na Região Norte do Brasil de 2010 a 2019, através de dados constados no SINAN E SINASC. Foi realizada a análise descritiva dos dados sociodemográficos, seguida da análise temporal, através de cálculo da incidência do modelo de regressão por pontos de inflexão (Joinpoint Regression Analysis), e que permite conhecer a variação percentual anual (VPA) e a do período completo, denominada variação percentual anual média (VPAM). Para cada tendência detectada foram considerados o intervalo de confiança de 95%. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Foram registrados 14.434 casos de sífilis congênita na Região Norte, sendo o estado do Pará o que mais notificou, seguido de Amazonas e Tocantins. Os dados sinalizaram as características maternas, mostrando que a maioria se encontrava em idade reprodutiva, seguido daquelas com período migratório para a idade adulta. Grande parte não concluíram o ensino fundamental e médio, havendo predominância fenotípica da cor parda, seguida da cor branca. Ainda, a maioria do diagnóstico da sífilis gestacional aconteceu no pré-­natal, com elas realizando acompanhamento em 79,54 % dos casos, e parceiros em tratamento em apenas 34,68 %, sendo a sífilis congênita recente como a mais diagnosticada em 99,73 % do nascimento até 23 meses incompletos. Houve significância para as taxas de incidência crescente anual média, em vários Estados e capitais da região. Todas as capitais apresentaram tendência a crescimento ano a ano, com períodos oscilantes, como verificado nas capitais Macapá e Boa Vista entre os anos de 2014 a 2015. A capital Belém apresentou pico de incidência de casos de sífilis congênita entre os anos de 2015 a 2016 (maior taxa de incidência entre os anos). Outras capitais como Manaus e Palmas tiveram explosão de casos no ano de 2018, com 19,8 e 17,6 para cada mil nascidos vivos. Considerações finais: Neste estudo houve uma limitação em relação ao tempo para uma investigação com maior acurácia, devendo englobar outros dados epidemiológicos e locais, e em regiões de maior incidência desta patologia. Assim sendo, se faz necessário à realização de outros estudos sobre SC que trabalhem com análise espacial em suas diversas regiões, contribuindo para a melhora dos indicadores de saúde materno­-infantil na região em estudo.