Geologia e ocorrências auríferas da área do Morro do Lajeado, Porto Nacional – TO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: MEIRELES, Henrile Pinheiro
Orientador(a): KOTSCHOUBEY, Basile lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11776
Resumo: O quadro geológico da região do Morro do Lajeado inclui formações pré-cambrianas e fanerozóicas. As primeiras consistem num embasamento gnáissico de composição tonalítica e granodiorítica, uma seqlência vulcano?-sedimentar - a Formação Morro do Aquiles - constituída por quartzo-anfibolitos, xistos miloníticos, metapelitos e gonditos, e por corpos tonalíticos - Granitóide Torre - intrusivos nas unidades anteriores. Ademais, metapsamitos dobrados do Grupo Natividade ocorrem de modo restrito. Zonas de cisalhamento de caráter dúctil-rúptil, marcadas por uma foliação de direção geral NE/SW, cortam essas unidades e formam um sistema anastomosado com núcleos não ou pouco milonitizados. Sedimentos paleozóicos das Formações Serra Grande e Pimenteiras da Bacia do Parnaíba, diques e sills de diabásio do Mesozóico, lateritas cenozóicas e depósitos recentes - colúvios e aluviões - complementam o quadro litoestratigráfico da área. Veios de quartzo concordantes a subconcordantes com a foliação regional estão enseridos nas zonas de cisalhamento. São maciços, possuem espessura métrica, extensão linear observável de até 200 m, geometria lenticular de tipo boudin e direção geral N30E, com exceção do veio Torre cuja direcão é N75W. Estes veios hospedam a mineralização aurífera e agregados de pirita. O ouro ocorre na forma de partículas submilimétricas concentradas em pequenos geodos e drusas ou disseminadas em planos de fraturas, próximo às extremidades das amêndoas de quartzo. A análise de microssonda dessas partículas revelou um grau de pureza (fineness) em torno de 908. Análises químicas mostraram que as porções centrais dos veios são estéreis ou contêm apenas traços de ouro, enquanto que as suas bordas são enriquecidas, principalmente nas extremidades dos boudins e no contato com a rocha encaixante. O estudo das inclusões fluidas permitiu identificar, por um lado, soluções aquosas, contendo NaCl e MgCh e, por outro, soluções contendo CO», fato confirmado por espectroscopia 2 Raman. Obteve-se para as soluções aquosas temperaturas mínimas de aprisionamento entre 219º e 260ºC e para as carbônicas uma temperatura em torno de 350ºC. As rochas intensamente milonitizadas da Formação Morro do Aquiles exibem acentuada alteração hidrotermal, em particular sericitização e/ou epidotização do plagioclásio, cloritização da biotita e anfibólio, caolinização do feldspato potássico e geração de carbonato. Transformações semelhantes afetaram o Granitóide Torre. A evolução geológica da área do Morro do Lajeado, após a formação do embasamento gnáissico, consistiu em deposicão de sedimentos clásticos e químicos com derrames vulcânicos associados e, depois, em injeção de corpos tonalíticos. Essas rochas foram, numa primeira fase, submetidas a um metamorfismo regional de fácies xisto-verde alta. Mais tarde afetadas por um intenso cisalhamento e consequente hidrotermalismo, essas rochas sofreram metamorfismo de fácies xisto-verde. A mobilização de fluidos resultou em formação de veios de quartzo mineralizados com ouro.