Produção da cana-de-açúcar nos municípios de Abaetetuba e Ulianópolis: aspectos climáticos, socioeconômicos e ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: VADO ESPINOZA, Julio Cesar
Orientador(a): ROCHA, Edson Paulino da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Museu Paraense Emílio Goeldi
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11024
Resumo: Na última década, o aumento mundial na demanda por açúcar para produção de alimentos e fontes de energia renováveis tem impactado a cadeia produtiva e pressionando as áreas com potencial agrícola para plantio de cana de açúcar. O governo Brasileiro por meio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento elaborou o Zoneamento Agroecológico da Cana de açúcar – ZAE (EMBRAPA, 2009) para a produção de etanol e açúcar, excluindo entre outras áreas ao estado do Pará por se encontrar no Bioma Amazônia. Atrelado a este contexto existe a polêmica de se tratar de monocultivo que pressupõe práticas de desmatamento, das quais também derivam impactos sobre a atmosfera, recursos hídricos e solo. Diante do contraste de produzir e proteger o meio ambiente se faz relevante o aprofundamento de estudos científicos para suporte técnico e fundamentação de alternativas para implantação ou expansão do cultivo associadas ao mapeamento de áreas já consolidadas. O presente estudo teve como objetivo analisar a produção de cana de açúcar nos município de Abaetetuba e Ulianópolis, levando em consideração aspectos climáticos; socioeconômicos e ambientais. Para os aspectos climáticos foram usados (para ambos municípios) os dados climatológicos fornecidos pelo INMET de um período de trinta anos (1984-2013). Os resultados apontaram que ambos os municípios apresentam aptidão climática para o cultivo da cana de açúcar, com a ressalva de que para o município de Ulianópolis esse cultivo é dependente de irrigação, que eleva os custos de produção e causa maior pressão sobre as águas subterrâneas.No que se referem aos aspectos socioeconômicos e ambientais foram utilizados métodos distintos para os municípios estudados. Para o município de Abaetetuba, os aspectos socioeconômicos foram avaliados à luz da conjuntura da época do auge do cultivo nesse município (1970). Os resultados apontaram que atividade representou importante vetor de geração de emprego e renda para a população local. Ambientalmente, os indicadores avaliados mostraram a baixa vulnerabilidade aos contaminantes derivados do cultivo da cana, que pode ser explicada pelas características intrínsecas dos aqüíferos e propriedades do solo da região. Quanto ao uso do solo, os resultados evidenciaram existência de áreas degradadas para o ano de 2012 associadas à atividade pecuária em sua maior parte. Para o município de Ulianópolis foi aplicada a ferramenta Barômetro da Sustentabilidade, definindo-se desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades (WCED, 1987). Constatou-se que este município situa-se em uma faixa intermediária de sustentabilidade, sendo os indicadores de maior vulnerabilidade o desflorestamento, exploração das águas subterrâneas e focos de calor/km2. Embora o presente estudo tenha proposto uma série de indicadores ambientais e socioeconômicos de relevância, outras pesquisas devem ser realizadas, dada a importância da cana de açúcar para o desenvolvimento de energias alternativas na região.Cabe mencionar também que sob a ótica do ambiente institucional vigente (de crédito, regulação, ambiental, etc.) norteado pelo ZAE, novos empreendimentos canavieiros poderiam ser incentivados em áreas degradadas no Bioma Amazônia.