Relação entre neurogênese hipocampal e história clínica de pacientes adultos portadores de epilepsia refratária do lobo temporal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: GAMA, Jessica Silva lattes
Orientador(a): LIMA, Silene Maria Araújo de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento
Departamento: Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15098
Resumo: A epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado pela predisposição permanente do cérebro em gerar crises epilépticas, e que atinge cerca de 1% da população mundial. No Brasil, a doença pode atingir de 2% a 4% da população. A maioria dos pacientes apresenta um bom prognóstico ao tratamento medicamentoso, todavia 30% dos pacientes apresentam refratariedade ao tratamento. Entre as epilepsias que não apresentam um bom prognóstico encontra-se a Epilepsia do Lobo Temporal (ELT). A ELT é caracterizada morfologicamente por uma perda seletiva de neurônios do hipocampo, concomitantemente ao aumento da neurogênese hipocampal. Acredita-se que essa neurogênese exacerbada contribua para a epileptogênese (surgimento da epilepsia), entretanto, o papel dessa neurogênese aumentada em pacientes com ELT continua uma incógnita. Utilizamos hipocampos de pacientes portadores de epilepsia, os quais foram submetidos a um processo cirúrgico, no qual foi realizada a ressecção hipocampal unilateral. A partir da análise dos mesmos, investigou-se uma possível relação entre padrões neurogênicos com a evolução da doença. As entrevistas com os pacientes que foram submetidos à cirurgia demonstraram que o evento desencadeador (precipitante) da epilepsia ocorreu nos primeiros anos de vida dos pacientes, além disso, foram eventos de alta intensidade, e apresentaram, também, uma frequência elevada de crises epilépticas e refratariedade medicamentosa. A análise imunohistoquímica dos hipocampos mostrou de maneira equivalente que houve uma dispersão perceptível da camada de células granulares, indicando uma possível migração ectópica na marcação para neuroblastos (neurônios imaturos), os quais são gerados na neurogênese. Os resultados obtidos nesse trabalho são pioneiros, dado que os mesmos se fundamentam tanto em achados clínicos como histopatológicos, e a relação apresentada entre a neurogênese hipocampal e história clínica propõe uma nova visão de investigação. Esses achados podem auxiliar, ainda, em uma nova perspectiva de tratamento diferenciado nas epilepsias do lobo temporal.