Variação intraespecífica de características funcionais de espécies arbóreas ao longo de um gradiente de degradação florestal no leste da Amazônia
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Museu Paraense Emílio Goeldi |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11039 |
Resumo: | A degradação de florestas tropicais tem sido intensificada por atividades antrópicas como queimadas e extração predatória de madeira, as quais são associadas a diversas mudanças de uso da terra. Em consequência, na região tropical, cerca de 156 milhões de hectares de degradação florestal foram detectados no período 2000-2012. Somente na Amazônia existem cerca de 10,3 milhões de hectares de florestas degradadas. Diante da magnitude e expansão da degradação florestal na região, é muito importante compreender a capacidade de resiliência da vegetação às alterações ocasionadas pelas mudanças ambientais. Os estudos da diversidade funcional permitem investigar os mecanismos utilizados para sobrevivência e persistência das plantas que determinam a resiliência dos ecossistemas. Neste trabalho foi testada a hipótese de que as espécies de plantas arbóreas da Amazônia estão respondendo às pressões da degradação florestal através da variabilidade de suas características funcionais. Portanto, espera-se que em ambientes mais perturbados, as plantas apresentem maior variabilidade de suas características funcionais, como estratégia de adaptação e sobrevivência, frente às mudanças geradas pela degradação florestal. Desta forma, o objetivo deste estudo é investigar se espécies de plantas arbóreas apresentam variabilidade intraespecífica de suas características funcionais ao longo de um gradiente de degradação em resposta às alterações ocasionadas pelos distúrbios na floresta. O estudo foi desenvolvido em Santarém, Leste da Amazônia em uma paisagem que varia entre as classes de florestas primárias conservadas (N= 5), florestas primárias com extração madeireira (N= 5), florestas primárias queimadas e exploradas para madeira (N= 5) e florestas secundárias (N= 5). Foram selecionadas as espécies arbóreas que contribuíram com 80% da área basal de cada uma das vinte parcelas de estudo, N= 268. Dentre as espécies mais abundantes, foram avaliadas aquelas que apresentaram no mínimo 4 indivíduos em duas ou mais classes de floresta. No total foram avaliados trezentos e quatro indivíduos e vinte e uma espécies arbóreas. Foram medidas seis características funcionais: espessura foliar e do pecíolo, área foliar específica, área foliar, matéria seca foliar e espessura da casca foram realizadas com base em protocolos estabelecidos na literatura. Foram utilizados como dados secundários a densidade média da madeira coletada da base de dados global de densidade de madeira (DRYAD). Neste trabalho, dentre as vinte e uma espécies estudadas, dezesseis não apresentaram variação significativa de suas características funcionais entre pares de classes de floresta e 5 apresentaram diferenças significativas para as características espessura foliar, espessura do pecíolo, área foliar e área foliar específica. As características funcionais matéria seca foliar e espessura da casca não apresentaram variações entre as classes de floresta. Nas classes de floresta com maior abundância de espécies, o coeficiente de variação das características funcionais não diferiu ao longo do gradiente de degradação florestal. Aqui também foi testada a relação entre a densidade média da madeira e o coeficiente de variação das características funcionais de plantas arbóreas, foi observado que com o aumento da densidade média da madeira a variabilidade das características funcionais reduziu. Estes resultados demonstram que as plantas possuem baixa plasticidade e que podem não sobreviver caso a degradação florestal se intensifique, levando à mudança de composição florística e perda de espécies com funções únicas para o funcionamento dos ecossistemas. |