Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Caio Santos Alves da
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Orientador(a): |
BRITO, Regina Célia Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
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Departamento: |
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10650
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Resumo: |
A psicologia evolucionista tem demonstrado que o sexo possui funções para além da reprodução, tendo evoluído por promover a proximidade afetiva do casal e aumentar o grau de satisfação junto ao parceiro. Entretanto, a maior parte dos estudos tem se concentrado em explicar a sexualidade de casais heterossexuais deixando uma lacuna no que diz respeito a sexualidade de mulheres homossexuais. Hoje já existem indícios quanto as diferenças na qualidade de vida sexual de mulheres hetero e homossexuais, bem como tem sido constatado que os grupos homossexuais não configuram uma entidade homogênea, apresentando diferenças no estilo de vida, preferências, e níveis hormonais. Este trabalho teve como objetivo investigar a qualidade da vida sexual e diferenças nos níveis de testosterona livre de três grupos de mulheres: hetero, homossexuais femme e homossexuais butch utilizando o instrumento Female Sexual Function Index devido a sua capacidade de avaliar os domínios da função sexual. Participaram desta pesquisa 55 mulheres hetero, 39 femme e 17 butch. No que diz respeito as práticas sexuais, 64,7% das participantes do grupo butch gostariam de ter 5 ou mais relações sexuais por semana, contra 46,2% no grupo femme e 34% no grupo hetero, demonstrando que mulheres homossexuais apresentam maior desejo sexual. As mulheres heterossexuais declararam menor frequência nas atividades preliminares como “ser masturbada pelo parceiro”, atividade que 35% delas praticam mais de uma vez ao mês, enquanto nos grupos femme, 59% e butch 41% praticavam mais de uma vez por semana. Resultados similares foram encontrados para “receber sexo oral do parceiro”, onde as 41% das heterossexuais relataram praticar mais de uma vez ao mês, enquanto 51% das femme e 35% das butchs praticaram mais de uma vez por semana. O escore geral do FSFI apresentou diferença significativa entre as mulheres hetero (28,44) e os grupos femme (31,31) e butch (30,82). A análise da testosterona salivar mostrou que o grupo butch possui a maior concentração, alcançando 99,2 pg/ml, seguido pelo grupo femme, com 56,09 pg/ml e por último o grupo hetero com 43,3 pg/ml. Comparando as médias da testosterona foi encontrada diferença significativa entre os grupos femme e butch (p<0,01), e entre as hetero e butch (p=0,001). Entre os grupos hetero e femme não houve diferença. Foram encontradas correlações entre os níveis de testosterona e domínios do FSFI. No grupo hetero houve correlação com o domínio da Satisfação (r = 0,732, p=0,01), no grupo femme não foi encontrada nenhuma correlação, no grupo butch ocorreu correlação negativa e de forte magnitude entre o domínio da Lubrificação (r = -0,621, p = 0,41). Os resultados apontam que as mulheres homossexuais possuem menores chances de apresentar disfunção sexual que as hetero. As mulheres homossexuais investem mais em comportamentos geradores de excitação e orgasmos como beijos, carícias, estimulação genital e sexo oral receptivo em comparação aos casais hetero. É provável que o investimento na estimulação preliminar ocorra por um desejo maior das mulheres Homossexuais em ter proximidade afetiva com suas parceiras, o que pode ser diferente em uma relação heterossexual onde o homem, possivelmente, protagonize a relação priorizando sua própria satisfação sexual. |