Resumo: |
Esta dissertação de mestrado tem como objetivo analisar o processo de identificações vivido por Alfredo na obra Chove nos campos de Cachoeira (1939), haja vista que por ter um pai branco, o Major Alberto e a mãe negra, Dona Amélia, sente-se em conflito e angústias, ora tendo vergonha da mãe, ora não se reconhecendo como um menino branco. Esse processo de auto identificação é interpretado neste trabalho como uma ação contínua e não um produto, a partir disso, utilizar-se-á o conceito de entre-lugar dado por Homi Bhabha (2013), em Local da cultura. Além disso, a pesquisa fundamentar-se-á no conceito de identidade discutido por Zilá Bernd (2011) em Literatura e identidade nacional e em Marli Furtado (2002) na sua tese Universo derruído e corrosão do herói em Dalcídio Jurandir em que a análise das personagens com seus respectivos dramas psicológicos serão fundamentais para o entendimento da obra estudada. Para tanto, a metodologia que será empregada é a leitura teóricointerpretativa, com o intuito de compreender de que forma Alfredo vai percebendo o que chamaremos de hibridização étnico-cultural ou processos de identitários. Assim, esta dissertação está dividida em três seções: a primeira denominada “Chalé-ilha: uma metáfora étnico-racial do Marajó” que discutirá os conceitos e desdobramentos da palavra identidade, analisando como essas classificações vão permitir entender o garoto marajoara em formação. A segunda seção intitulada “Chalé de madeira: um encontro com as personagens” objetivará uma análise das personagens que habitam o chalé de madeira, lugar onde Alfredo mora, em que encontramos Major Alberto, Dona Amélia, Eutanázio e Mariinha, compreendendo que cada espaço possibilita ao menino refletir sobre seu lugar social. E por último, a terceira seção, assim chamada “Pátio-fronteira: um espaço de apagamentos e silêncio” a qual discutirá sobre Alfredo e suas inquietações, suas identidades e, principalmente, sua reflexão diante do seu espaço na sociedade. |
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