“Elas jogam, tocam e cantam”: práticas e discursos sobre a experiência histórica de mulheres capoeiristas no Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: CAMÕES, Luciane de Sena lattes
Orientador(a): LEAL, Luiz Augusto Pinheiro lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Antrópicos na Amazônia
Departamento: Campus Universitário de Castanhal
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15348
Resumo: Este trabalho busca discutir as experiências históricas de algumas mulheres capoeiristas envolvidas na prática de “vadiagem” em algumas cidades do Pará, suas experiências foram analisadas a partir dos discursos construídos sobre o feminino e as relações de gênero geradas por tais concepções. De modo específico, buscamos traçar perfis das mulheres capoeiristas de algumas cidades do Pará, conhecer e discutir sobre suas experiências na capoeira; analisar o processo de inserção das capoeiristas nos grupos e suas formações; verificar a importância dos coletivos de capoeira; refletir sobre as questões ligadas as especificidades do feminino como gravidez, TPM e outras; e refletir sobre o saber fazer na capoeira. A partir da análise de dados, pretende-se entender a trajetória das capoeiristas, suas experiências e vivências nos grupos de capoeira, e como estes grupos podem contribuir com o protagonismo destas mulheres. A pesquisa baseia-se em análise qualitativa de dados obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas, diário de campo e questionário aberto aplicado a 19 mulheres do Pará (Belém, Abaetetuba, Bragança, Castanhal e Cametá), onde discussões são realizadas a partir de escritos sobre gênero, feminismo negro e capoeira. Na contação de história oral é possível buscar contribuições da etnografia e de teóricos que realizam estas reflexões. A partir das narrativas obtidas durante a pesquisa foi possível perceber que: as mulheres vivenciam frequentemente situações em que há reprodução do machismo, sexismo e violência. Os coletivos feministas de capoeiras estão realizando ações de protagonismo feminino como: rodas feministas; oficinas; rodas de conversa; atos públicos; e cartas de repúdio. É possível perceber que as mulheres estão avançando nas graduações. Entretanto as relações entre homens e mulheres na capoeira continuam muito desiguais, sendo necessário a desconstrução de discursos e práticas. Este processo de pesquisa poderá contribuir para construção de novos diálogos sobre a participação de mulheres na capoeira e sobretudo, contribuir com o protagonismo, a visibilidade e a construção de lugares de fala das mulheres na capoeira, e contribuir com a reflexão sobre a participação das mulheres nos grupos de capoeira e problematizar suas práticas construídas, visto que são aspectos importantes para ocupação da figura feminina nos seus espaços.