Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
ALENCAR, Quézia da Silva
 |
Orientador(a): |
SILVA JUNIOR, José Bandeira Cavalcante da
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
|
Departamento: |
Instituto de Geociências
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14706
|
Resumo: |
A ocorrência de extensas plataformas carbonáticas (capas carbonáticas) na base do Ediacarano sobrepostas a diamictitos glaciais que atingiram baixas latitudes ao final do Criogeniano é explicada pelas hipóteses Snowballl e Slushball Earth. Estas plataformas carbonáticas ocorrem na base do Grupo Araras, Faixa Paraguai Norte, representada pelas formações Mirassol d’Oeste e Guia, de idade Ediacarana. A Formação Guia consiste em calcários finos e betuminosos, intercalados a folhelhos negros ricos em matéria orgânica e hidrocarbonetos. A Formação Guia, objeto de estudo, exibe excelentes exposições na área de extração do calcário para brita da Mina Emal, Paranatinga, Mato Grosso, na forma de morros dissecados na base da Serra Azul. Os principais litotipos inclui calcários finos, de coloração acinzentada intercalados por folhelhos de coloração cinza a negro, além de arenitos finos subordinados. São descritas também brechas calcárias, com clastos tabulares e/ou alongados. Nove fácies/microfácies sedimentares foram agrupadas em três associações de fácies (AF). Associação 1 (AF1) - planície de maré/inframaré: mudstone com laminação plano-paralela (Mp); mudstone com laminação ondulada (Mo) e mudstone maciço (Mm). Associação 2 (AF2) - depósitos transicionais de shoreface/offshore: Arenito com laminação cruzada hummocky (Ah); Folhelho com laminação de terrígenos (Fl); mudstone/wackstone com terrígenos (MWt). Associação 3 (AF3) - depósitos offshore: Brecha com clastos tabulares (Bt) - Rudstone e Brecha Calcária (Bc) - Floatstone. A sucessão Guia de Paranatinga foi datada pelo método Pb-Pb em 476 ± 93 Ma com 87Sr/86Sr de 0,70934 enquanto em Bom Jardim alcançou 0,707744. Estas razões 87Sr/86Sr, quando correlacionadas à curva de evolução do Sr oceânico no Neoproterozoico, posicionam a unidade na transição do Ediacarano para o Cambriano, o que corrobora a idade Pb-Pb obtida. A avaliação do sinal isotópico de C e O para a Formação Guia na Região de Bom Jardim revelou valores de 13C variando de -0,27 a - 1,33‰ e 18O entre -7,21 a -0,92 ‰, para a região de Paranatinga os valores de 13C variam de -3,01 a -5,29‰ e 18O -5,13 a -9,58‰. A predominância de fácies carbonáticas e ausências de fácies dolomíticas, siliciclasticas e evaporíticas, e apoiado aos dados de 13C, sugerem que os afloramentos presentes nas regiões de Paranatinga e Bom Jardim, são representativas das sucessões de base e topo, respectivamente, da Formação Guia. Os valores de 13C são similares aos descritos para as formações Nobres e Serra do Quilombo, entretanto suas características diagenéticas, que corresponde a uma unidade essencialmente calcária, diferentemente das demais, corrobora com as características da Formação Guia. Além disso, os valores de 13C obtidos estão mais relacionados à porção de topo da Formação Guia do que ix à base da Formação Serra do Quilombo, que por sua vez apresenta valores positivos de 13C, o que não é identificado para a Formação Guia neste ou em trabalhos anteriores. A Formação Guia foi alvo de estudo geocronológico Pb-Pb e isotópico de Sr na Região de Tangará da Serra-MT (Cráton Amazônico), onde se obteve idade 622 ± 33 Ma, bem como razão isotópica 87Sr/86Sr de 0,70709 a 0,70729 interpretada como a assinatura isotópica primária do ambiente de deposição dos carbonatos. Os dados geocronológicos Pb-Pb e isotópicos de Sr para a Formação Guia na região de Paranatinga e Bom Jardim são discrepantes em relação aos dados existentes para esta formação no contexto do Cráton Amazônico. Isto sugere que a diferença na idade obtida seja resultado de sistema aberto, não refletindo a idade de deposição destas rochas, relacionada à evolução da Faixa Paraguai Norte e instalação das bacias Paleozóicas do Paraná e Parecis. |