A donde quiera que voy me acuerdo de la mata de moriche Prácticas de salud en la transitividad migratoria de indígenas warao en Belém, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MARTÍNEZ, Karla Pamela Reveles lattes
Orientador(a): SILVA, Hilton Pereira da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14940
Resumo: A presença de indígenas Warao no fluxo migratório venezuelano no Brasil tem gerado controvérsias quanto ao atendimento à saúde desse grupo. As trajetórias terapêuticas das pessoas em trânsito migratório mostram diferentes nuances na atenção à saúde durante as fases da migração. Esta pesquisa identifica a busca e os fatores de acesso às práticas de saúde de famílias Warao na cidade de Belém, Pará, região norte do Brasil. A forma de abordagem é por meio da observação participante nas atividades de assistência social e nas atividades do Consultório na Rua, e pelas experiências narradas de pessoas que preferem morar fora dos abrigos. Este trabalho mostra que os cuidados de saúde prestados pelo Consultório na rua, a terapia com os xamãs Warao (Wisiratu e Joarotu), a terapia com benzedeiros, a automedicação (uso de fármacos e remédios caseiros), a preferência pelo parto domiciliar, a rejeição de procedimentos médicos e a procura por uma alimentação adequada são práticas que fazem parte da atenção à saúde dos Warao em sua transitividade migratória. Porém, este trabalho identifica que a exclusão laboral, a falta de acesso às informações e orientações dos serviços de saúde, a pouca interação dos migrantes Warao com os centros de saúde (Unidades Básicas de Saúde), entre outros, são fatores que também interferem na subutilização dos serviços de saúde. Algumas recomendações são fornecidas para redirecionar o acesso dos Warao aos serviços de saúde do município. Contudo, destaca-se que a permanência em Belém e o possível retorno às terras com processos de extrativismo são fases da trajetória migratória que devem continuar a ser discutidas no que diz respeito à irrupção do direito à saúde como bem comum para a vida deste povo indígena, forçado ao deslocamento e à marginalização.