Violência escolar e aprendizagem no município de Breves-Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: FIGUEIREDO, Larissa Raniely da Cunha lattes
Orientador(a): MERCÊS, Simaia do Socorro Sales das lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11548
Resumo: Este estudo de caso investiga o fenômeno da violência escolar e sua relação com a aprendizagem. A literatura tem evidenciado a intensificação da violência no Brasil, nas últimas décadas, bem como tem apontado que no ambiente escolar, esta não somente degrada as relações sociais, como também prejudica o desenvolvimento educacional. No município de Breves, localizado no estado do Pará, observa-se inconsistência ou mesmo inexistência de registros e estudos sobre o fenômeno. O objetivo principal deste trabalho é demonstrar a ocorrência da violência em escolas do município de Breves, suas consequências e seus prejuízos à aprendizagem, bem como analisar as ações empreendidas pelas escolas no sentido de minimizar o problema. A definição do universo da pesquisa considerou que a literatura aponta os adolescentes como os principais agressores e vítimas da violência escolar e buscou contemplar, dentre as instituições que ofertam os anos finais do ensino fundamental na área urbana do município, escolas com distintos resultados no que se refere à aprendizagem, medida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB. Foram selecionadas as escolas Estevão Gomes e Santo Agostinho. Embora não tenha sido critério de seleção, a escolha recaiu em instituições que têm características bastante distintas, inclusive no que concerne ao perfil socioeconômico dos alunos. A pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva. Foi adotada abordagem mista, sequencial. Os dados quantitativos foram coletados por survey aplicado a amostra representativa de alunos, de professores, de coordenadores e de gestores das escolas, escolhidos aleatória e sistematicamente. Os formulários utilizados no survey replicam em parte pesquisa realizada por Mirian Abramovay, por ser uma das pesquisas mais abrangentes no Brasil. Os dados qualitativos foram coletados em entrevistas, individuais e com grupos focais, das quais participaram as mesmas categorias antes mencionadas. A pesquisa confirmou o crescimento da violência nas escolas, embora poucos se declarem vítimas; identificou os tipos mais frequentes e as circunstâncias em que ocorre, bem como suas consequências, inclusive em termos de reações, sentimentos e anseios dos alunos, do corpo técnico e dos gestores. Alguns indicativos de fatores geradores da violência foram encontrados, mas, dada a complexidade do fenômeno, a pesquisa não permite apontar as causas da violência nas escolas. Não são percebidos pela maioria dos sujeitos participantes da pesquisa impactos da violência na aprendizagem. Esse resultado inesperado é inconsistente com a percepção sobre condições que contribuiriam para propiciar bom desempenho escolar, assim como com relatos acerca dos sentimentos gerados pela violência. A escola em que menos é percebida violência é a que tem IDEB mais baixo. Certamente, a diferença entre os IDEBs das escolas não pode ser atribuída somente à violência, mas, de toda forma, a interpretação daquele resultado deve considerar que os alunos da escola com menor rendimento escolar estão inseridos em uma realidade em que as condições socioeconômicas talvez contribuam, por um lado, para o baixo resultado na aprendizagem, e, por outro, para a não percepção de experiências vividas na escola como violência. O estudo evidencia ainda que as ações para enfrentar a violência nas escolas têm sido pouco eficazes.