Geometria e história, cinemática do segmento setentrional da Faixa Paraguai, na região de Cáceres/ MT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: ALENCAR, Luiz Daniel Castro de lattes
Orientador(a): PINHEIRO, Roberto Vizeu Lima lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11941
Resumo: A Faixa Paraguai, na borda sul do Cráton Amazônico, representa um conjunto de rochas supracrustais sedimentares proterozóicas submetidas à inversão tectônica positiva com excelentes exposições nas adjacências da região de Cáceres/MT, onde estas rochas mostramse deformadas no contexto que envolve dobras e zonas de falhas. Na área investigada foram identificadas rochas pertencentes ao Grupo Araras: calcários finos e folhelhos (Formação Guia); brechas dolomíticas (Formação Serra do Quilombo) e dolomitos arenosos, arenitos finos (Formação Nobres) e ao Grupo Alto Paraguai: arenitos e pelitos (Formação Raizama) e conglomerados, arenitos e pelitos (Formação Diamantino). Essas rochas do ponto de vista regional se apresentam em um conjunto de dobras holomórficas, em várias escalas, cujos eixos mostram-se subparalelos à arquitetura curva desse extenso orógeno, em vista de mapa. Em escala mesoscópica a estrutura que se destaca é o acamamento sedimentar (S0) que se mostra desde subhorizontal (5° a 8°), até subverticais (84° a 88°), com sentido de mergulho dominante para os quadrantes NE e NW. Dobras menores, métricas, ocorrem pontualmente, com eixos com caimentos baixos a moderados para NW e NE, com vergência de SE para NW. As lineações de estiramento mineral, quando presentes, têm caimentos baixos (20°) para NE. As falhas observadas são inversas oblíquas e direcionais, com mergulhos alto para os quadrantes SW e NW, onde estão contidas estrias com caimentos baixos (14°) a moderados (36°) para o quadrante SW, associada com componente cinemático dextral, em geral. As fraturas apresentam-se quase sempre subverticais com direções NW-SE. Fraturas tipo tension gash foram observados em calcários finos da Formação Guia. Essas fraturas são comuns nas regiões de flanco de dobras, com assimetrias indicativas de cisalhamento simples dextral. Brechas hidráulicas são observadas nas rochas carbonáticas e aparentemente se concentram nas proximidades de zonas de charneiras de dobras. Com base na relação entre plano de acamamento-lineação, geometria das dobras e elementos de trama rúptil, sugere-se que estas rochas foram afetadas por regimes de compressão oblíqua, associada a uma componente direcional dextral tendo o bloco E subido em relação ao W, onde a componente coaxial mostra-se predominante. A partição da deformação é evidenciada pela relação dobras e lineação de estiramento mineral, em que há corredores deformacionais distintos que apresentam componentes de cisalhamento (puro e simples) com alternância de domínio entre um componente e outro. Essa compartimentalização entre as componentes de cisalhamento puro e simples associada à disposição geométrica das estruturas observadas são o principal indicativo de um quadro transpressivo particionado, com cinemática dextral, desenvolvida sobre rochas supracrustais, submetidas a uma compressão oblíqua. Essa complexidade de organização estrutural no interior da faixa reflete a geometria em arco decorrente ou assumida durante o evento colisional neoproterozóico.