Mudanças da vegetação na ilha de Marajó durante o Holoceno Superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: RODRIGUES, Thanan Walesza Pequeno lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0003-4302-4216
Orientador(a): COHEN, Marcelo Cancela Lisboa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14807
Resumo: A dinâmica da vegetação nas proximidades do Lago Arari - Ilha de Marajó durante o Holoceno Superior foi estudada a partir de três testemunhos de sedimento. Os locais de amostragem encontram-se no município de Santa Cruz do Arari, com altitude de 6 metros. Um testemunho de 65 cm foi amostrado do fundo do Lago Arari e os demais (40 e 30 cm) do substrato da planície herbácea que compõe a bacia de drenagem desse lago. A combinação de dados de reflectância, valores de δ13C, relação C/N, registro de polens e datação por carbono 14 (AMS) permitiram identificar as variações na constituição da vegetação na região leste da ilha de Marajó, próximos ao Lago Arari durante o Holoceno Tardio. Provavelmente, a planície herbácea que domina o setor leste da Ilha de Marajó começou a se desenvolver aproximadamente 3800 anos AP. Entre 3800 e 3000 cal anos A.P., o registro polínico indicou a presença de manguezais. A composição polínica desse intervalo de tempo sugere o estágio final de uma expansão pretérita de manguezais na região. A relação C/N e δ13C da matéria orgânica acumulada durante este período revelou uma influência marinha. A baixa concentração polínica entre 3000 e 2000 cal anos A.P., devido uma possível alteração na energia de fluxo, dificulta a interpretação do tipo de vegetação predominante nessa época, porém a relação C/N e δ13C indica uma forte contribuição de matéria orgânica também de origem marinha acumulada nos sedimentos em estudo. Esse período de ausência de pólen pode indicar um episódio de difícil desenvolvimento vegetal devido, por exemplo, ao aumento da influência marinha. Os últimos 2000 anos A.P. apresentaram conteúdo polínico compatível com uma planície herbácea com tendência de contribuição de matéria orgânica de origem mais continental. Os registros de pólen dos últimos 5 centímetros dos testemunhos indicaram uma predominância de espécies das famílias Poaceae e Cyperaceae que reflete a atual vegetação predominante na área de estudo. Os perfis polínicos (PH1 e PH2) referentes à planície herbácea que coloniza a bacia de drenagem do Lago Arari descrevem uma menor representatividade espacial da vegetação, desde que mostram uma constante predominância apenas de polens de Cyperaceae e Poaceae, que correspondem às principais famílias do local de amostragem. A pouca profundidade desses perfis permitiu marcar a presença da vegetação de ervas apenas desde 460 e 590 cal anos AP, respectivamente. Alternâncias históricas entre vegetações tipicamente de água doce e de água salobra provavelmente indicam modificações na salinidade da água intersticial que devem estar relacionadas com alterações na descarga de água doce dos rios da região e/ou mudanças no nível do mar.