O leitor verá...: itinerário da obra literária de Josué de Castro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Thiago Azevedo Sá de lattes
Orientador(a): HOLANDA, Sílvio Augusto de Oliveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11600
Resumo: A frase-título O leitor verá..., a princípio utilizada pelo escritor e crítico Olívio Montenegro (1896-1962) a fim de se referir à originalidade dos contos concebidos por Josué de Castro (1908-1973) incorpora-se como epigrafe ao presente estudo, no sentido de apontar o horizonte de circulação e recepção da obra literária produzida pelo referido médico e escritor pernambucano. Não obstante, por meio desta análise, objetiva-se intermediar algumas das nuances interpretativas que consolidam a múltipla história de leitura da obra josueniana. O drama social da fome, tratado de forma ontológica por Castro, a partir de ensaios, dos contos do Documentário do Nordeste (1937), da cartilha poética A festa das Letras (1937), publicada com a coautoria de Cecília Meireles, e do romance Homens e caranguejos (1967) antecipa o “valor explorado pelo narrador, na translação de sentido da esfera ética para a estética” (BOSI, 1996, p. 13). A tese O leitor verá... O itinerário da obra literária de Josué de Castro sustenta o processo hermenêutico com base nos pressupostos da Estética do efeito (ISER, 1983; 2013), da Estética da recepção (JAUSS, 1979), da Geocrítica (BERGEZ et al., 1999), da Teoria da tradução (BENJAMIN, 2001; BERMAN, 2009; CARVALHAL, 1993) e da Artetnografia (LYRA, 2013). Expõe-se a “ciclópica atividade arquitetônica” da obra de Castro (MELO, 2011; 2012) a contrapelo da interpretação movida por seus leitores. Valendo-se da teoria comparativa, verifica-se no processo de leitura dos textos literários de Josué de Castro o histórico de formação e consolidação do público-leitor. Registra-se interpretação que remete desde à leitura impressionista (MONTENEGRO, 1958; 1959; TOBELEM, 1974), até à crítica recente (CARDOSO, 2007; FARIA, 2008; SILVA, 1998; 2012). Indagam-se ainda os condicionantes de reconhecimento da produção literária josueniana; o papel da crítica na apreciação teórica; e as apropriações incorporadas pelos leitores/tradutores no horizonte de expectativa da obra. O acervo literário de Josué de Castro conserva latente a necessidade de revisitá-lo. Recorre-se à recepção efetuada desde 1930, quando da circulação dos primeiros contos e poemas de Josué de Castro de modo a ressaltar os diversos contextos de publicação e significação da obra, com destaque para a baixa da produção acadêmica verificada durante os anos de 1970 e 1980, em função de veto do Governo Militar brasileiro de 1964 aos textos do escritor. A condição de exilado também concorreu para o ofuscamento dos textos literários josuenianos. Assim, retoma-se o estudo da história de leitura da obra literária de Josué de Castro, dando a ver o juízo construído pelo público, responsável pela atualização recepcional. Em sentido lato, discorrer sobre os aspectos da tradução do romance Homens e caranguejos contribui para que o leitor contemporâneo reflita sobre o modo como o texto ficcional de Castro despreende-se da experiência escrita, sendo alvo de releituras por ação da música e da dramaturgia.