Petrologia magnética das associações magmáticas arqueanas de Canaã dos Carajás-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Fernanda Giselle Cruz do lattes
Orientador(a): DALL'AGNOL, Roberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11686
Resumo: As associações magmáticas estudadas estão localizadas na região de Serra Dourada entre as localidades de Vila Treze e Vila Planalto, no município de Canaã dos Carajás, e a leste da sede deste município. A região está inserida na zona de transição entre o Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria e a Bacia Carajás próximo à porção extremo sudeste da estrutura sigmoidal da Falha Carajás. Foram realizados testes metodológicos em amostras com baixa suscetibilidade magnética (SM <1 x 10-3 SIv), os quais consistiram em comparações entre valores obtidos através dos sensores denominados bobina plana e bobina cilíndrica (SMS), e revelaram diferenças expressivas entre os valores de SM obtidos com os dois sensores mencionados. Notou-se que, quanto mais baixo o valor de SM, maior a diferença da bobina plana em relação à cilíndrica, porém as medidas obtidas não mostraram um padrão regular, impossibilitando o cálculo de um fator de correção, o qual permitiria compensar as diferenças verificadas. Testes realizados com padrões e amostras com valores relativamente elevados de SM (>1x10-3 SIv), mostraram que, ao contrário do observado em amostras com baixa SM, os valores obtidos com as duas bobinas tendem a ser próximos, sendo, porém, sistematicamente mais baixos aqueles fornecidos pela bobina plana em relação à bobina cilíndrica. Isto revelou ser necessária a utilização de um fator de correção de 1,7 para compensar os valores mais baixos fornecidos pela bobina plana em relação à bobina cilíndrica. A partir dos resultados obtidos nestes testes, foram considerados neste trabalho apenas os valores de SM obtidos com bobina plana acima de 1x10-3 SIv multiplicados por 1,7, descartando-se aqueles inferiores a 1x10-3 SIv, por serem imprecisos. Procurou-se compensar isso realizando, em amostras de baixa SM, medidas através da bobina cilíndrica. As rochas estudadas foram subdivididas em dois grupos principais: o primeiro com predominância de valores de SM elevados, composto por Biotitagranito/Leucogranito (SM média de 8,72 x 10-3 SIv), Granito Foliado (SM média de 1,38 x 10-2 SIv), Microgranito/ Dacito-Pórfiro (SM média de 9,28 x 10-3 SIv) e o Gabro (SM média de 2,69 x 10-2 SIv); e o segundo com predominância de valores mais baixos de SM, representados pelo Trondhjemito (Valor representativo de SM 7,54 x 10-5 SIv) e pela Associação Tonalítica-Trondhjemítica (Valor representativo de SM 5,11 x 10-5 SIv). O Tonalito/Quartzo-Diorito e o Granito Planalto exibem características distintas dos demais grupos por apresentar grande variação de SM. O primeiro revela fortes evidências de neoformação de cristais de magnetita em condições subsolidus, os quais são responsáveis pelos altos valores de SM fornecidos por certas amostras. No segundo a causa das variações de SM ainda não foram esclarecidas, necessitando de estudos complementares. Os principais minerais opacos identificados nas associações magmáticas estudadas foram: magnetita, ilmenita, hematita (martita) e, mais raramente, pirita e calcopirita. As rochas de mais altos valores de SM, Biotita-granito/Leucomonzogranito, Granito Foliado, Dacito Pórfiro e Gabro, são também as mais ricas em magnetita, a qual se encontra geralmente na forma de cristais preservados sem muita evidência de oxidação, podendo, por vezes, ocorrerem alterados incipientemente. Tais rochas foram formadas sob condições oxidantes, próximas às do tampão NNO. Os valores mais baixos de SM correspondem ao Trondhjemito e Associação Tonalítica - Trondhjemítica, rochas com conteúdos modais de magnetita relativamente baixos ou até mesmo nulos. Isto pode refletir, ainda, a desestabilização deste mineral através da ação de processos hidrotermais, processos estes freqüentes nas rochas estudadas. O mineral óxido de Fe e Ti predominante nestes grupos é a ilmenita. Tais características magnéticas revelam que estas rochas provavelmente se formaram em condições mais redutoras abaixo do tampão FMQ. Os estágios de evolução da magnetita e da ilmenita identificados nos granitóides oxidados foram: (1) a titanomagnetita e a ilmenita I e C se formaram em equilíbrio no estágio magmático; (2) a partir de processos de oxi-exsolução, a titanomagnetita evoluiu para intercrescimentos de magnetita pura com ilmenita em treliça (Ilm T) e em manchas (ilm P); (3) em amostras mais intensamente transformadas, a magnetita apresenta-se homogênea e desprovida de ilm T e houve reequilíbrio de ilmenita I e C; (4) em um estágio posterior, a ilmenita foi intensamente alterada para associações complexas de óxidos, indicando a presença de soluções fortemente oxidantes, sendo, porém, a magnetita pouco afetada por tais processos. Comparações entre as rochas estudadas e rochas similares da Província Mineral de Carajás, indicaram, de modo geral, semelhanças entre suas características magnéticas.