Caracterização litoquímica e geocronologia Rb-Sr das rochas granitóides e ortognaisses da região de Santa Quitéria-Sobral, NW do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: TAVARES JÚNIOR, Stelio Soares. lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0001-7649-2994
Orientador(a): LAFON, Jean Michel lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14932
Resumo: À SSW do Lineamento Sobral-Pedro II entre as cidades de Sobral, Forquilha e Santa Quitéria, no noroeste do Estado do Ceará, ocorre uma variedade de corpos graníticos isotrópicos e foliados, com predomínio dos primeiros. Os granitos isotrópicos constituem massas batolíticas e corpos de dimensões menores, intrusivos nas rochas dos complexos gnáissico-migmatíticos, no conjunto de rochas supracrustais, inclusive naquelas dos grupos Ubajara e Jaibaras. Os ortognaisses de Forquilha, de composição tonalítica com termos trondhjemíticos e granodioríticos subordinados, constituem uma das unidades individualizadas dentro dos complexos gnáissico-migmatíticos. Essas rochas forneceram uma idade Rb-Sr em rocha total de 1981 ± 45 Ma, a qual é interpretada como idade mínima para os processos de gnaissificação. A similaridade desse resultado com as idades obtidas na região de Granja evidencia uma significativa atuação do Evento Transamazônico no NW do Ceará. A razão isotópica inicial (0.70138 ± 13) dessas rochas sugere uma evolução a partir de uma fonte mantélica ou de protólitos de curta residência crustal. Os granitos brasilianos apresentam uma composição modal dominantemente monzogranítica, com variação desde microclima granitos até granodioritos. São corpos de composição alcalina, per a metaluminosa, com características geoquímicas que revelam uma forte semelhança com os granitos tipo A, que podem representar granitos alcalinos de ambiente tectônico intraplacas ou pós-tectônicos. Essas características, incluindo o comportamento dos ETR, são também similares às dos granitos Mucambo e Meruoca. Os estudos geocronológicos Rb-Sr realizados nesses granitos forneceram uma idade de 524 ± 12 Ma e 482 ± 8 Ma para os granitos do Pajé e Serra da Barriga, respectivamente. Quanto ao Granito Morrinho, idades convencionais entre 480 e 510 Ma foram obtidas. Somando-se esses resultados aos dados já existentes para os granitos Meruoca e Mucambo evidencia-se uma época de intensa granitogênese em toda a região NW do Ceará, desde o final do Proterozóico até o Eo-Paleozóico. Granitos foliados ocorrem como corpos alongados nos terrenos gnáissicos da Faixa de Alto Grau de Cariré, concordantes à estruturação regional. As características geoquímicas obtidas nestes corpos mostram bastante similaridade com aquelas do conjunto de granitos isotrópicos. No entanto, a idade Rb-Sr de 475 ± 15 Ma obtida nesses granitos é menor que as dos granitos isotrópicos e certamente corresponde a uma idade rejuvenescida. Este rejuvenescimento provavelmente está relacionado aos efeitos das reativações de Graben Jaibaras. Não foi possível determinar a idade verdadeira da cristalização desses corpos, bem como dos processos deformacionais que os afetam, numa situação bastante similar daquela encontrada para o Granitóide Chaval. A disposição das razões iniciais dos granitos foliados (0.70521 ± 56) e do Granito do Pajé (0.70488 ± 71) em relação à evolução das razões Rb/Sr dos ortognaisses de Forquilha é compatível com uma derivação dos granitos a partir desses gnaisses. Isso não é válido para o Granito Serra da Barriga que apresenta uma elevada razão inicial (0.70963 ± 160).