“ Tudo tem sua mãe”: O mundo mítico de Caraparu-Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: NOBRE, Mariléia da Silveira lattes
Orientador(a): SÁ, Samuel Maria de Amorim e lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14020
Resumo: Este estudo visa compreender, pelas práticas discursivas de agricultores da vila de Caraparu, a constituição e o funcionamento do imaginário que se projeta no real sócio-histórico em que vivem, como parte constitutiva de suas condições de existência material. Meu afã, enquanto pesquisadora, é o de compreender o funcionamento desse imaginário materializado nas práticas discursivas dos sujeitos e mais, examinar os indícios de prováveis/possíveis transformações desse imaginário, a partir das narrativas dos jovens agricultores de Caraparu. Há, portanto, neste texto, um gesto de compreensão que busca reconhecer as regularidades de uma formação discursiva e ideológica que sustenta a crença nas regras que regem o cotidiano desses sujeitos e impõe a obediência a elas. Para o alcance desses objetivos, articulam-se as abordagens etnográfica e discursiva na análise de narrativas dos agricultores e das agricultoras mais antigos/antigas e dos jovens da região. Defende-se, como resultado do percurso de análise, o reconhecimento de uma formação discursiva mítico/cabocla, que rege a relação entre seres humanos e não-humanos pautada no temor e no respeito pelos seres encantados e no medo e no pavor pelos fadistas e na reciprocidade entre eles. A natureza desta pesquisa me levou a visitar um campo teórico exógeno ao da Antropologia, qual seja, o da Análise de discurso materialista. Evoquei deste campo a tríade Real/Simbólico/Imaginário, entrelaçados na releitura que Michel Pêcheux faz dos trabalhos de Jean Jacques Lacan e dos de Louis Althusser. O recorte das sequências discursivas que compõem o corpus discursivo nos permitirá compreender processos de subjetivação que apontem para os movimentos de identificação plena, contraidentificação ou mesmo desidentificação com os saberes da formação discursiva dominante naquela comunidade.