Memórias e resistências: os marcos sociais da memória de feirantes e moradores do bairro da Terra Firme, em Belém-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Ana Cláudia dos Santos da lattes
Orientador(a): FIGUEIREDO, Sílvio Lima lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
Departamento: Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11908
Resumo: Esta pesquisa apresenta elementos de base teórico-metodológica para a reflexão sobre a relação entre memória social/individual, sociabilidade e pertencimento nas cidades modernas. Com o objetivo de caracterizar os marcos sociais da memória coletiva do bairro da Terra Firme, em Belém do Pará, a partir das formas de interação, estratégias e táticas de resistência e configuração de identidades de seus atores (feirantes e antigos moradores) e o fortalecimento do sentimento de resistência e pertencimento ao lugar percebido nas suas trajetórias e experiências de vida. Propõem-se como recorte do estudo os espaços públicos que compreendem a feira, o mercado e as ruas circundantes, onde ocorrem as práticas cotidianas representadas pelas trocas, conversas com linguagem própria, formas específicas de fazeres e saberes que caracterizam a identidade do bairro. Entende-se que esses espaços se configuram como espaços de memória, de interações e de práticas relacionadas ao cotidiano. A Feira e o Hortomercado, juntamente com as lutas sociais, são entendidos como catalizadores das singularidades e regularidades do bairro, onde a cena da vida cotidiana se apresenta nas diversas formas de sociação, sociabilidade, interações e conflitos. Como metodologia foram utilizadas a História Oral, para a coleta de relatos das narrativas de memória dos atores sociais do bairro (moradores e feirantes), mostrando seus percursos biográficos e as formas de pertencimento e suas estratégias para reforçar os laços sociais e resistência à ausência de diversas políticas públicas. Outra metodologia utilizada foi a etnografia de rua (ECKERT, 2003), que consiste em caminhadas pelas ruas do bairro, visando à descrição dos espaços da rua, feira e hortomercado, além da observação das interações sociais que se estabelecem nesses espaços. As narrativas dos moradores expressam o seu apego pelo bairro e seus espaços de vivência e pertencimento. Suas histórias de vida levam a perceber a sua realidade, pautada na resistência pela luta cotidiana em busca de uma vida melhor. Partindo destes relatos, identificam-se quatro marcos de memória que envolvem aos quadros espaciais e temporais de feirantes e moradores do bairro: 1) Paisagem do passado de florestas e águas; 2) o presente da rua e da lama; 3) os movimentos sociais: as lutas para sobrevivência; 4) a Feira e Hortomercado, espaços de trocas e conflitos. Estes marcos foram identificados no sentido que estabelecem uma linha divisória convergente para o passado de luta e resistência no bairro da Terra Firme.