Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
PINHO, Ellen Christiane Corrêa
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Outros Autores: |
https://orcid.org/0000-0001-8491-3381 |
Orientador(a): |
CINHA, Carlos Leonardo Figueiredo
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15306
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Resumo: |
Introdução: Verifica-se uma intensificação de casos pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sífilis em alguns segmentos populacionais, principalmente a região Norte do Brasil. O estado do Pará tem a segunda maior taxa de mortalidade por Aids do país, e aumento crescente na incidência das infecções sexualmente transmissíveis (IST) notificáveis. Nessa esfera epidemiológica está incluída a população ribeirinha da Amazônia que são miscigenações de indígenas, africanos, e outros, que sofre com baixos indicadores socieconomicos, barreiras geográficas e de acesso a saúde. Objetivo: Analisar os fatores da vulnerabilidade associados a ocorrência e ao conhecimento sobre IST (sífilis e HIV) em uma população ribeirinha da Amazônia brasileira. Método: Trata-se de um estudo transversal realizado na Ilha do Combu – Belém/PA. O cálculo amostral foi realizado no módulo Statcalc – Sample size and power do programa EPI INFO Versão 7.2.2.16.. Para a amostra foi considerado pessoas com idade igual ou superior a 18 anos e moradores da ilha. A coleta de dados ocorreu através da aplicação de dois instrumentos: Sexually Transmitted Disease Knowledge Questionnaire (STD-KQ)utilizado para mensurar o nível de conhecimento dos ribeirinhos; e para o levantamento da população e das dimensões da vulnerabilidade, foi empregado o instrumento adaptado aplicado no inquérito domiciliar de abrangência nacional da “Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira” (PCAP). A investigação para as infecções foi realizada por meio de teste rápido para HIV e sífilis, e coleta de sangue periférico para realização de Reaginina Plasmática Rápida nos casos de teste rápido reagentes para sífilis. Para análise de dados foi realizada estatística descritiva e modelo de regressão logística. Na regressão binária univariada foram selecionadas para regressão múltipla. As variáveis com maior valor de p foram removidas uma de cada vez até o ajuste final do modelo de regressão logística ordinal múltipla. Todas as análises estatísticas foram feitas utilizando os softwares Minitab 20®. Adotou-se o nível de significância de 5%, intervalo de confiança (IC) de 95% e Razão de Chances (RC). Resultados: A amostra total foi de 325 ribeirinhos com prevalência de sífilis de 6,15% (20) e de HIV de 0,61% (2), sendo uma coinfecção. 190 eram do sexo feminino e 135 do sexo masculino. 68,9% (220) tiveram idade média de 40 anos e 56,6% (184) nunca frequentou a escola ou possuía nível fundamental. As variáveis relacionadas à vulnerabilidade individual que se associaram ao desfecho/chance de infecção para as IST na regressão final foi quase quatro vezes maior em participantes com idade igual ou superior a 48 anos (p=0,022), ter feito transfusão sanguínea (p=0,023), pessoas que tiveram mais que um parceiro sexual nos últimos 6 meses (p=0,028) e não conhecer o preservativo feminino (p=0,031); e possuir parceiro sexual atual (p=0,041) apresentou um baixo risco 0,33 para o desfecho. Para vulnerabilidade social nenhuma variável teve associação. E na dimensão programática, não ter feito teste rápido para HIV apresentou um baixo risco de 0,26 (p=0,021). Sobre o nível de conhecimento na população ribeirinha, 65,5% (213) participantes tiveram baixo conhecimento (0 a 14 acertos/28 questões). Já, na associação entre os fatores de nível de conhecimento sobre IST estiveram presentes nas três dimensões da vulnerabilidade. Dentre elas, participantes com idade maior ou igual a 48 anos apresentaram risco 1,93 vezes maior (p=0,012) para baixo nível de conhecimento sobre IST’s, não conhecer a sorologia do parceiro tiveram um risco de 1,92 vezes (p=0,011); chance de quase 4 vezes maior (p=0,000) foi obtido entre os ribeirinhos com baixa escolaridade; nunca ter feito teste para IST na vida teve chance de 2,51 (p=0,000), e não ter acesso a camisinha no último ano o risco foi de 1,95 vezes (p=0,006) de baixo conhecimento.Conclusão: A população ribeirinha apresentou vulnerabilidade para sífilis e HIV nas dimensões individual e programática. Quanto ao nível de conhecimento sobre IST essa população sofre com déficit, e é vulnerável em todas as dimensões. |