Missionação e negócios jesuíticos: acumulação de bens na capitania do Grão-Pará. (1653-1759)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: RIBEIRO, Luana Melo lattes
Orientador(a): SOUZA JUNIOR, José Alves de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10126
Resumo: A atuação da Companhia de Jesus na catequese das populações nativas das áreas coloniais sempre provocou polêmicas com as outras ordens religiosas, com as autoridades coloniais e com os moradores, gerando conflitos que atingiram, em muitos momentos, altos níveis de radicalização. Ciosos de sua missão evangelizadora, os jesuítas logo perceberam que não podiam depender dos recursos do Padroado e nem das esmolas de seus benfeitores para o êxito da sua política salvacionista. Nesse sentido, envolveram-se nos negócios coloniais, desenvolvendo as mais diversas atividades econômicas, como criação de gado, coleta e produção das drogas do sertão, agiotagem, aluguel de terrenos e imóveis etc, constituindo, dessa maneira, um expressivo patrimônio material. No Pará colonial não foi diferente. A Companhia de Jesus tornou-se uma séria concorrente econômica dos moradores, sendo isto agravado pelo privilégio por ela recebido da Coroa portuguesa de isenção do pagamento dos dízimos. Além disso, a legislação indigenista portuguesa concedeu, em alguns momentos, à Companhia de Jesus a exclusividade da distribuição da mão de obra indígena entre os moradores e as autoridades coloniais, o que gerou uma acirrada disputa pelo controle da referida mão de obra. Nesta dissertação se pretende analisar a prática da missionação desenvolvida pela Ordem e a sua relação com os negócios jesuíticos, partindo do pressuposto de que eles constituíam uma unidade contraditória, o que custou aos jesuítas inúmeros conflitos com os outros segmentos da sociedade colonial paraense, alimentou e aguçou o sentimento antijesuítico, culminando com a expulsão da Ordem, primeiro do Pará e depois de Portugal e de todos os seus domínios.