Paleoambiente e icnofósseis da Formação Pimenteiras, devoniano da Bacia do Parnaíba, regiões de Valença do Piauí e Pimenteiras, Piauí

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: CUNHA, Lucas Noronha lattes
Orientador(a): NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10709
Resumo: Um dos mais expressivos registros dos mares devonianos do Oeste do Gondwana é representado pelos folhelhos e arenitos da Formação Pimenteiras, exposta na Bacia do Parnaíba, Região Nordeste do Brasil. Esta formação tem sido interpretada como depósitos de plataforma influenciada por tempestades representativos da fase transgressiva ocorrida entre o Mesodevoniano e o Neodevoniano. A análise de fácies e estratigráfica da Formação Pimenteiras, em excelentes exposições nas regiões de Valença do Piauí e Pimenteiras, Estado do Piauí, corroborou a interpretação prévia desta unidade, bem como proporcionou a identificação de sua diversidade e abundância icnofossilífera para a determinação de parâmetros paleoambientais, tais como taxa de sedimentação, oxigenação e batimetria. Duas associações de fácies foram individualizadas para a Formação Pimenteiras: 1) offshore/shoreface, caracterizada por arenitos com estratificação cruzada hummocky, intercalado com arenitos com laminação ondulada, acamamento maciço e folhelhos configurando um padrão tipo pinch-and-swell; e 2) offshore superior, caracterizada por camadas de espessuras métricas e lateralmente contínuas por dezenas de metros de folhelhos, com intercalação de arenitos com estratificação cruzada hummocky. A icnologia sistemática da Formação Pimenteiras permitiu a identificação de 15 icnogêneros tais como, Agrichnium, Bergaueria, Bifungites, Circulichnis, Cruziana, Diplichnites, Helminthopsis, Lockeia, Lophoctenium, Palaeophycus, Phycosiphon, Planolites, Protopaleodictyon, Rusophycus e Zoophycos. Os icnogêneros Agrichnium e Circulichnis são descritos pela primeira vez na Formação Pimenteiras. Níveis de bioturbação distintos ocorrem restritos aos arenitos, com índices de icnofábrica (ii) 3, variando entre 15% e 25%. Estes valores médios de ii sugerem níveis de oxigenação típicos de ambientes aeróbicos, ou a zona de interface água-sedimento com razoáveis níveis de oxigenação. Estes níveis de bioturbação são geralmente limitados por folhelhos com pouca (ii = 2) ou nenhuma bioturbação (ii = 1), o que sugere um ambiente anaeróbico próximo ao substrato. A Formação Pimenteiras inclui as seguintes icnofácies representativas da transição offshore/shoreface: Skolithos, representativa de ambiente de alta energia dominado por ondas; e Cruziana, relacionado a zona litorânea e ambiente marinho raso a profundo. A predominância de espécimes da icnofácie Cruziana e com subordinada ocorrência de espécimes da icnofácies Skolithos nos depósitos estudados sugerem uma relação entre uma ocupação do substrato permanente pontuada pela exploração episódica de indivíduos colonizadores, após eventos de tempestades. Os estudos de fácies em combinação com a análise icnológica da Formação Pimenteiras forneceram importantes parâmetros para o vii entendimento da dinâmica sedimentar e a ocupação do substrato por organismos bentônicos durante o estabelecimento dos mares epicontinentais devonianos no oeste Gondwana.