Ser vivo, ser espécie, ser classificado: epistemes, dispositivos e subjetivações no ensino de ciências e biologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: VIEIRA, Eduardo Paiva de Pontes lattes
Orientador(a): CHAVES, Silvia Nogueira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas
Departamento: Instituto de Educação Matemática e Científica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8503
Resumo: Em linhas gerais o objetivo deste trajeto investigativo emerge da discussão dos efeitos da racionalidade científica e das suas verdades na formação e no exercício docente dos professores de ciências e biologia. O percurso analítico se dirige aos espaços de constituição dos saberes, de suas formas e de suas relações de forças, problematizando o pensamento hegemônico e contingente da biologia no século XX, lido em seus enunciados evolutivos e moleculares. As ciências biológicas objetificadas como produto acabado de um contínuo de superações e aprimoramentos teóricos, mantenedora de determinados conceitos ou ideias estruturantes é questionada na medida em que se defende a tese de que o presente da biologia multiplica as produções de falso e verdadeiro, resultando em diferentes modos de formar docentes e de se ensinar ciências biológicas em territórios nos quais se acredita ter/manter certa homogeneidade. Nesta perspectiva, a pesquisa torna visíveis os enunciados que corroboram a tese, utilizando documentos que narram o cotidiano da educação em ciências e biologia, tais como livros e periódicos da formação de professores e materiais didáticos utilizados na educação básica, dentre outros. Os documentos são definidos pelo aparecimento dos objetos, lançando-se mão de recursos enunciativos como conceitos e imagens relacionadas ao ensino de ciências e biologia. A análise utiliza ferramentas dispostas nas teorizações de Michel Foucault, sobretudo, conceitos como episteme e dispositivo relacionados às investigações dos regimes de constituição dos saberes. As perspectivas de episteme e dispositivo neste trabalho vinculam-se com a produção dos objetos Vida, Espécie e Sistema Classificatório, que possibilitam pensar em demarcação de conteúdos, além disso, o dispositivo é pensado como algo constituído em uma rede, estabelecida predominantemente entre discurso e prática, não de forma dual, posto que são indissociáveis, mas no campo do que é visível e do que não é visível. Com efeito, o corpo deste trabalho traz de forma propositadamente imbricada, a análise de determinados enunciados que se referem às formas de pensar o que é ser vivo, ser espécie e ser classificado, predominantemente no período compreendido entre o início do século XX e o início do século XXI. A biologia, nesta perspectiva analítica aparece como um saber não unificado, sendo, portanto, campo em movimento, em disputa pelo poder de significar a ideia de vida. Disputa que se expressa no âmbito do ensino da biologia produzindo múltiplas, cambiantes e concorrentes formas de dizer sobre o vivo.