Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
TAKETA, Brenda Vicente
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Orientador(a): |
CASTRO, Fábio Fonseca de
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido
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Departamento: |
Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12355
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Resumo: |
Este trabalho consiste em uma tentativa de por em diálogo o romance Belém do Grão-Pará, de Dalcídio Jurandir, e um conjunto de autores e estudo de diferentes áreas e tempos, que ajudam a compreender o que identificamos nele como “universo de subalternidades”. Dessa forma, constituímos uma linha argumentativa com elementos que, em princípio, não pareceriam interligados, mas que a nosso ver ganham sentido ao serem “costurados”, como a nossa proposta de interpretação para o livro. Partimos, então, de uma discussão introdutória sobre a persistência de um certo tipo de campesinato agroextrativista na Amazônia, a partir da obra de Francisco de Assis Costa. Em seguida, buscamos compreender o prolongado desconhecimento sobre a biodiversidade amazônica como um resultado da relação entre homem, natureza e cultura, associando-o, em parte, ao processo de formação das ciências naturais, às influências das teorias racistas e à constituição da invisibilidade sócio-histórica de grupos camponeses agroextrativistas estudados por Costa. Sem esse movimento, baseado em processos de subalternizar humanidades e as suas respectivas cidadanias, consideramos que não seria possível constituir um padrão organizativo como o sistema do aviamento, instituído desde o período colonial amazônico e de grande importância para a compreensão do contexto narrativo do romance em questão. Finalmente, tentamos nos voltar ao esforço de colocar a narrativa literária em relação com outras, tendo como pano de fundo a discussão sobre como o universo subalterno circunscrito na Belém do Grão-Pará ficcional dialoga também com a capital paraense do presente. A partir de excertos que envolvem a chegada de Alfredo a Belém, buscamos discutir o que entendemos por processos de “subalternização”, apontando como a produção de diferenças por meio de processos de racialização são parte do modo de produção capitalista desde as suas primeiras investidas no mundo colonial, conforme aponta Mbembe. Dentro desse debate, nos interessa especialmente a noção de arquivo e o imperativo ético de se pensar a reconstituição da história dos subalternizados também por uma dimensão performativa, de imaginação moral. O esforço final se deu no sentido de entender os desdobramentos das violências e hierarquizações nesses universos subalternos, tanto em relação ao trabalho quanto na articulação entre diferenças de classe, raça e gênero, sem esquecer que, de modo contingente, alianças e solidariedades são tão parte dele quanto as violências e os conflitos. |