Efeitos da estimulação multissensorial e cognitiva sobre o declínio cognitivo senil agravado pelo ambiente empobrecido das instituições de longa permanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Thaís Cristina Galdino de lattes
Orientador(a): DINIZ, Domingos Luiz Wanderley Picanço lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/9277
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi investigar possíveis impactos da estimulação cognitiva e multissensorial sobre o desempenho de idosos institucionalizados e não institucionalizados no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e em testes de linguagem. Os participantes foram divididos em dois grupos pareados por anos de escolaridade e idade: 1) institucionalizados (n=25, 76,0 ± 6,9 anos de idade), que habitam em instituições de longa permanência e 2) não institucionalizados (n=17, 74,2 ± 4,0 anos de idade), que habitam na comunidade com suas famílias. O MEEM foi aplicado para selecionar voluntários cognitivamente saudáveis, os quais foram então submetidos à estimulação e avaliações neuropsicológicas e de linguagem. Compuseram as avaliações o MEEM e testes específicos de linguagem, incluindo nomeação de Boston, fluência verbal semântica (FVS) e fonológica (FVF), Bateria Montreal de Avaliação da Comunicação (MAC) e o Teste de Narrativa “Roubo de Biscoitos”. A intervenção multissensorial e cognitiva foi realizada em grupos de 10 voluntários submetidos a uma série de sessões de estimulação duas vezes por semana, durante seis meses, num total de 48 sessões. As sessões foram baseadas em exercícios de linguagem e memória com estímulos visuais, olfativos e auditivos, bem como atividades lúdicas, incluindo música, canto e dança. Ambos os grupos foram avaliados no início (antes das intervenções), no meio (após 24 sessões) e no final (após 48 sessões) da intervenção. Em comparação com o grupo não institucionalizado (comunidade), o grupo institucionalizado apresentou desempenhos inferiores em todas as tarefas em todas as janelas de tempo. Cada paciente foi comparado a si mesmo utilizando um índice de contraste (C) que foi concebido para expressar o desempenho de todos os testes em escala única (0 -1) de desempenho cognitivo. O índice de contraste foi estimado da seguinte forma: (C = (D – A) / (D + A), onde D representa o desempenho após a estimulação e A antes da estimulação). Todos os pacientes melhoraram seus desempenhos após a intervenção e o impacto foi significativamente maior no grupo institucionalizado. Sugerimos que o ambiente pobre de estimulos somato-motores e cognitivos, onde as pessoas vivem institucionalizadas está contribuindo para os menores índices cognitivos observados na primeira avaliação e pelo maior impacto do programa de estimulação neste grupo. Em comparação com o teste neuropsicológico clássico MEEM, os testes de linguagem parecem ser significativamente mais sensíveis para detectar alterações precoces no estado cognitivo. Tomados em conjunto, os resultados podem ter implicações para as políticas de saúde pública para a população idosa.