Semelhanças cognitivas inesperadas entre idosos e jovens: variabilidade e desempenho cognitivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: JARDIM, Naina Yuki Vieira lattes
Orientador(a): DINIZ, Cristovam Wanderley Picanço lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16734
Resumo: O estudo da variabilidade interindividual no desempenho cognitivo pode fornecer pistas importantes sobre o declínio cognitivo multivariado relacionado à idade. No presente trabalho, investigamos a variabilidade, as semelhanças e as diferenças cognitivas entre idosos e jovens. Para isso, utilizamos a análise de cluster hierárquico e função discriminante canônica de escores cognitivos usando tarefas específicas e sensíveis da Cambridge Neuropsychology Test Automated Battery - CANTAB. Entre os 415 voluntários testados, foram encontrados três grupos cognitivos distintos, baseados principalmente nos escores de memória de trabalho e memória episódica: o grupo 1 foi composto quase que exclusivamente por adultos jovens (94% jovens), enquanto os grupos 2 (82% idosos) e 3 (95% idosos) foram compostos predominantemente por adultos idosos. Embora o grupo 1 fosse o grupo mais jovem e com maior nível de escolaridade em relação aos outros grupos, 18% dos jovens compartilhavam desempenhos semelhantes aos do grupo 2 de idosos, enquanto 5% compartilhavam semelhanças cognitivas com o grupo 3. Em comparação ao grupo 1, os grupos predominantemente de idosos 2 e 3 teve pontuações igualmente mais baixas em memória de trabalho, mas em comparação com o grupo 3, o grupo 2 apresentou melhores desempenhos em tempo de reação, atenção sustentada e memória episódica. Quando as análises de cluster hierárquico e função discriminante foram limitadas à mesma faixa etária, encontramos 4 e 5 clusters distintos entre adultos jovens e idosos, respectivamente. A memória episódica, a atenção sustentada e o tempo de reação contribuíram mais para a formação de grupos em idosos, enquanto a memória de trabalho e a atenção sustentada contribuíram para a formação de grupos de adultos jovens. A variabilidade cognitiva entre os sujeitos mostrou dispersão significativa no processamento visual rápido, memória de trabalho espacial, tempo de reação e aprendizado associado emparelhado. A análise comparativa dessas diferenças mostrou que elas não ocorrem na mesma direção e magnitude entre indivíduos, domínios cognitivos e tarefas. Constatamos que idosos com maior escolaridade e estilo de vida mais ativo devam ter maior reserva cognitiva e por isso se desviaram menos do grupo de referência de adultos jovens. Em conjunto, nossos dados destacam a importância do estudo da variabilidade como instrumento para a detecção precoce de declínios cognitivos sutis e para a interpretação de resultados que se desviam da normalidade.