Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
ANDRADE, Simei Santos
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Outros Autores: |
https://orcid.org/0000-0002-7281-3946 |
Orientador(a): |
REIS, Magali dos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação - PUC Minas
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas - PUC Minas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15118
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Resumo: |
O estudo que ora apresentamos constituiu uma investigação sobre as infâncias da Amazônia, com destaque para a infância e as crianças ribeirinhas. A pesquisa se deu no distrito Vila do Piriá, no município de Curralinho/PA. O referencial teóricometodológico centrou-se nos Estudos Sociais da Infância, principalmente com a Sociologia da Infância, mas também com aporte da Geografia da Infância, Antropologia da Criança e da História da Infância. Em virtude de esta pesquisa estar focada na infância, demanda estudos interdisciplinares e procedimentos maleáveis de investigação, requerendo uma integração das diversas áreas dos Estudos Sociais, além de uma pesquisa documental que nos levou a compreender de que forma se deu a formação histórico-administrativa de Curralinho/PA e consequentemente da Vila do Piriá, analisando como a comunidade pesquisada está inserida neste contexto. Nosso percurso investigativo teve como objetivo analisar os sentidos e significados das práticas culturais no cotidiano das crianças ribeirinhas da Vila do Piriá Curralinho/PA. A pesquisa foi realizada por meio de uma abordagem qualitativa baseada numa etnografia com crianças. Nossa opção por esta metodologia se deu em virtude de ela responder com maior efeito às nossas expectativas no sentido de ouvir a voz das crianças e trazê-las a outro patamar o de atores sociais que (re)constroem suas histórias, inseridos numa dada cultura que influenciam e pela qual são influenciadas. Nossos interlocutores foram 25 (vinte e cinco) crianças, na faixa etária de 5 a 11 anos; guiadas pela curiosidade em interpretar os sentidos e significados das práticas culturais das crianças ribeirinhas fizemos a opção em abordar os sujeitos-crianças a partir do seu cotidiano, conhecendo seus modos de vida e a relação que estabelecem com a natureza ainda na infância, e como tais práticas culturais estão atreladas à cultura do lugar. O estudo também ouviu os adultos (unidade doméstica), por entendermos que as crianças não estão sós no mundo, mas rodeadas por pessoas amaduradas e suas culturas, gerando, no caso das comunidades ribeirinhas da Amazônia Marajoara, uma ligação tão estreita que não se pode analisar somente uma e deixar a outra numa posição secundária e vice-versa.Embora tenhamos delimitado o número de interlocutores, o estudo expandiu-se para outras crianças, participantes esporádicos da pesquisa que, desejosos de dizer de sua realidade, o faziam com muita propriedade nas atividades espontâneas realizadas; o material analisado foi de uma preciosidade impossível de ser descartada e, em respeito a essas crianças, suas falas, histórias, causos, brincadeiras, entre outros, também compõem o texto final da tese. Assim sendo, consideramos esta investigação um estudo não apenas com crianças, mas também sobre as crianças, especificamente as ribeirinhas, visto que parte do material que possibilitou analisar suas práticas culturais foi produzida e justificada por elas, além da observação direta que realizamos no campo de pesquisa. As conclusões deste estudo possibilitaram a análise da identidade, da cultura, do cotidiano, do tempo de ser criança em condições dadas. Mostram que as crianças ribeirinhas detêm saberes que orientam suas práticas culturais e sociais cotidianas, embora convivam com uma realidade nem sempre favorável ao seu pleno desenvolvimento, em virtude da precariedade social, econômica e política a que estão submetidas; têm a capacidade de dizer do seu lugar de uma maneira simples, concreta e sensível, com a predominância da cultura oral sobre a escrita, produzindo histórias que geram multiplicidades de enfoques da cultura e do lugar. |