Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
PINHO, Sabrina Cristina Cordovil
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Orientador(a): |
LAMARÃO, Claudio Nery
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14793
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Resumo: |
Na Província Mineral de Carajás, cráton Amazônico, três importantes suítes graníticas foram individualizadas, com base em dados geológicos, petroquímicos, geocronológicos e isotópicos, nas suítes Jamon, Velho Guilherme e Serra dos Carajás. Essas suítes são compostas por stocks e batólitos com idades entre 1,89 a 1,86 Ga. A ausência de deformação, somada ao caráter discordante dos plutons e à presença de intercrescimentos micrográficos sugere níveis elevados de colocação. Todos os corpos graníticos possuem característica de granitos tipo-A e assinatura intraplacas. Os plutons da suíte Jamon mostram caráter oxidado, enquanto os plutons das suítes Velho Guilherme e Serra dos Carajás são moderadamente reduzidos e reduzidos, respectivamente. Nos domínios da suíte Velho Guilherme, região de São Félix do Xingu, os maciços Antonio Vicente, Velho Guilherme, Serra da Queimada, Mocambo, Ubim-sul e Benedita são mineralizados em cassiterita (±wolframita). A mineralização está relacionada às fácies mais evoluídas, afetadas por alterações tardi a pós-magmáticas, e a rochas greisenizadas. As rochas graníticas da suíte Velho Guilherme são dominantemente hololeucocráticas a leucocráticas, monzograníticas a sienograníticas, com termos álcali-feldspato granito subordinados. Mostram baixos conteúdos de TiO2, Al2O3, CaO, MgO, P2O5, Sr, Ba e Cl, e moderados de Hf, U e Zr. Rb, Y, F, Li, Th, Nb, Ta, Ga, e as razões Rb/Sr, Rb/Ba, F/Cl são dominantemente elevadas. O Granito Bom Jardim, inserido na suíte Velho Guilherme, é um maciço subarredondado, situado às margens do Rio Xingu, ocupando uma área de aproximadamente 400 km2 a sul da cidade de São Félix do Xingu e intrusivo em rochas vulcânicas intermediárias a félsicas do Grupo Uatumã. É formado dominantemente por monzogranitos e sienogranitos isotrópicos, rosados, médios a grossos, contendo biotita como principal fase máfica. Diques aplíticos são comuns cortando o corpo em diferentes direções. Tais rochas encontram-se afetadas em diferentes intensidades por alterações tardi a pós-magmáticas. Rochas greisenizadas mineralizadas a cassiterita e wolframita, além de veios centimétricos de quartzo contendo wolframita+pirita+fluorita foram identificados em zonas de cúpula do granito pervasivamente alteradas. Dados de suscetibilidade magnética mostraram valores de 5,34x10-4 SIv (valor mínimo) a 9,18x10-4 SIv (valor máximo), similares aos obtidos no granito Antônio Vicente. Estudos de microscopia eletrônica de varredura mostraram que a mineralização de cassiterita e wolframita (±columbita) está associada dominantemente às rochas sienograníticas e greisenizadas. Os zircões das diferentes fácies do Granito Bom Jardim são enriquecidos em Hf, Y Th e U e mostram baixas razões Zr/Hf, assemelhando-se aos zircões dos demais granitos especializados das Províncias estaníferas do Sul do Pará, Pitinga e Rondônia. Tal fato sugere que análises semi-quantitativas em zircão, obtidas por EDS através de MEV, podem ser utilizadas preliminarmente não apenas como traçadoras de regiões fonte e indicadoras da natureza geoquímica de suas rochas ígneas hospedeiras, mas também numa avaliação preliminar do potencial metalogenético para granitos mineralizados em Sn e W (±Nb+Ta). Geoquimicamente as rochas do Granito Bom Jardim são empobrecidas em TiO2, MnO, MgO, CaO e P2O3. O Al2O3 situa-se em torno de 13%, com valores mais elevados nas RG1 (14%). Na2O e K2O apresentam valores médios normais e pouco variáveis, exceto nas RG. O Fe2O3 raramente ultrapassa 2,0% , sendo, entretanto, mais elevado nas RG1 (média ~7%) e RG2 (média ~3,7%), muito provavelmente em decorrência da presença de siderofilita. Rb e Ba mostram comportamento inverso. O primeiro aumenta no sentido das rochas MzG-LMzG-SG-RG1-RG2, com valores médios de 294, 711, 790, 874 e 1835 ppm, respectivamente. O segundo mostra, neste mesmo sentido, valores médios de 670, 87, 18, 9 e 2 ppm. O Sr mostra comportamento similar ao do Ba, exceto nas RG, o que proporciona um aumento da razão Rb/Sr no sentido das rochas mais fracionadas. Sn e W mostram enriquecimento no sentido das rochas mais evoluídas, com as RG2 apresentando as maiores concentrações. F e Li são elevados em todas as fácies estudadas (1400 a 3000 ppm e 15 a 134 ppm, respectivamente), mas apresentam valores mais elevados nas RG1 (21000 ppm e 698 ppm). Os elementos Terras Raras (ETR) mostram padrões de fracionamento similares, com anomalias negativas de Eu crescentes no sentido das rochas sienograníticas. As RG possuem padrões similares, porém as RG1 são mais enriquecidas em ETR que as RG2. Os diagramas geoquímicos apontam a cristalização fracionada como o processo dominante controlando a evolução do corpo Bom Jardim, tal como observado em outros corpos da suíte Velho Guilherme. Com base nos dados obtidos e nas semelhanças com outros corpos graníticos da suíte Velho Guilherme, o granito Bom Jardim pode ser incluído nesta importante suíte granítica Paleoproterozóica. |