Distribuição, comportamento e definição de valores de background do mercúrio em sedimentos da bacia hidrográfica do rio Tapajós, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: RENTE, Augusto de Farias Silva lattes
Orientador(a): KÜTTER, Vinicius Tavares lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16227
Resumo: O mapeamento geoquímico e a determinação do background, ajudam a identificar anomalias no ambiente e distinguir fontes naturais ou antrópicas. O mercúrio (Hg) é um elemento preocupante por ser conservativo, podendo bioacumular e biomagnificar. Na bacia do rio Tapajós, os garimpos aplicam o Hg na recuperação do ouro, esse Hg pode ser liberado para o ambiente juntamente com o Hg do solo, resultando em áreas contaminadas, associadas a supressão da florestal, expondo os solos à erosão. No estudo, realizado, foram coletadas e analisadas pelo SGB/CPRM, em 2005/2006, 343 amostras de sedimentos de rios, com uma densidade amostral de 1/135 Km². O teor de Hg nas amostras foi analisado por ICP-OES com gerador de hidretos. Os valores de Hg variaram de 0,01 a 4,46 mg.kg-1 , e o background geoquímico estabelecido para a área foi de 0,48 mg.kg-1 , próximo ao nível de efeito provável, 0,486 mg.kg-1 . Ao se classificar as amostras por litologias, a saber, granitoides alcalinos, granitoides cálcio alcalinos, rochas sedimentares e gnaisses e rochas vulcânicas, o mMAD mostrou os respectivos resultados, 0,69; 10,19; 0,03 e 0,77 mg.kg-1 para os limiares superiores e 0,01, 0,00, 0,02 e 0,00 mg.kg-1 para o limiar inferior. A classificação uso e ocupação, a saber, Pastagem e Floresta apresentaram valores de mMAD de 6,10 e 0,10 mg.kg-1 respectivamente para os limiares superiores e 0,00 e 0,01 para os limiares inferiores. Ressalta-se que tal cálculo para a área de garimpos não pode ser realizado devido a porcentagem significativamente baixa de amostras a cima do limite de detecção inferior do método analítico, sugerindo altas concentrações de Hg somente em amostras pontuais. O Fator de Enriquecimento (FE) revelou um aumento significativo de mercúrio (Hg) em áreas com maior influência humana nos mapas de interpolação, identificando os oxi-hidróxidos de ferro-manganês e argilominerais como os principais componentes responsáveis pela adsorção de Hg. Os Mapas de Fator de Contaminação (FC) identificaram como contaminada as mesmas áreas que o FE apontou como enriquecidas. A região estudada é naturalmente enriquecida em Hg em relação a outros biomas, devido aos fatores: 1° geogênico, associado a erosão das rochas e o processo de intemperismo tropical, que leva à formação de duricrust e solo laterítico, fazendo com que o Hg se acumule de forma eficiente no solo; 2° o fator antrópico local, atuando na degradação do solo promovendo a conversão de florestas em pastagens e áreas de garimpo, remobilizando e dispersando o Hg. Considerando a escala de abordagem deste trabalho foi verificado maior impacto relacionado a mudança de uso do solo. Sugere-se uma abordam mais detalhado como maior número de amostras em escala cartográfica maior para definir impactos locais.