Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2000 |
Autor(a) principal: |
PAIXÃO, Jesus da Silva
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Orientador(a): |
RAMOS, José Francisco da Fonseca
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11739
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Resumo: |
A região de Alta Floresta - MT, assim como todas aquelas que tenham sido objeto de garimpagem de ouro, apresenta inúmeros lotes de solos contaminados com mercúrio em concentrações elevadas. Estes lotes, por sua vez, podem atuar como fontes de contaminação de áreas de entorno, bem como ser, potencialmente, fonte de contaminação da biota e águas subterrâneas locais. A descontaminação de lotes de solos poluídos, utilizando-se das tecnologias convencionais ex situ (lavagem ácida, eletrorrecuperação, etc.) torna-se economicamente inviável pelas dimensões dos lotes e dos sistemas de tratamento necessários (transportes, reagentes, instalações) em comparação aos custos relativamente baixos de aquisição dos solos. A biorremediação revela-se, paulatinamente, como uma solução tecnológica de custos sensivelmente menores, ecologicamente recomendável, já que, ao contrário das tecnologias ex situ, não inclui revolvimento das camadas do solo, degradação da micro-biota rizosférica ou alterações drásticas das propriedades físico-químicas. O uso de plantas com propriedades hiperacumuladoras, microorganismos com capacidade de processar compostos de metais pesados ou, especialmente, o consorciamento de plantas hiperacumuladoras com microorganismos rizosféricos, tem sido investigado por diversos pesquisadores em várias partes do mundo como alternativa para contornar o problema da poluição de solos por metais pesados e outros contaminantes, considerando as propriedades dos solos (pH, Eh, composição química e mineralógica, textura, etc) e dos contaminantes(concentração, especiação, toxicidade, etc). As plantas nativas identificadas como hiperacumuladoras de metais pesados são, ordinariamente, endêmicas podendo, no entanto, serem adaptadas a condições climáticas e pedogênicas diversas. Dentre as hiperacumuladoras, os estudos têm-se concentrado na família das Brassicacea, destacando-se a Brassica juncea e Thlaspi caerulescens, que possuem elevada capacidade de absorver e concentrar metais pesados a partir de solos metalíferos. Para mercúrio foram identificadas algumas espécies que podem conter até 25% do seu peso seco do metal e seus compostos, dentre as quais destacam-se a mil-folhas (Achillea millefolium) e capim rabo-de-cavalo (Andropogon paniculatus). Os microorganismos, por sua vez, têm genericamente a habilidade de metabolizar metais pesados e outros compostos perigosos. Da sua ação isolada ou combinada advém a transformação de compostos poluentes em elementos ou compostos inertes ou menos danosos (ex: compostos orgânicos cujo produto final inclui água e CO;), a saída do contaminante do ecossistema, como ocorre com a vaporização do mercúrio e mesmo a conversão dos compostos em formas mais danosas, como é o caso da metilação do mercúrio e outros metais pesados. Quando atuando na zona rizosférica, em combinação com as raízes, podem aumentar, diminuir ou impedir a fitoextração dos metais a partir do solo. Para o mercúrio um conjunto de microorganismos codificados com o operon mer, especialmente do gênero Pseudomonas, apresentam a habilidade de resistir a ambientes contaminados com mercúrio, metabolizar compostos mercuriais bem como absorver o metal em suas células viáveis ou não viáveis. Todos estes componentes e mecanismos estão sendo testados com o intuito de efetivar processos de biorremediação de solos e outros nichos ecossistêmicos, na busca de viabilizar tecnologias de reparação ambiental viáveis técnica, econômica e ecologicamente. No Brasil são praticamente inexistentes os esforços neste sentido, sabendo como “esforços” a identificação ou adaptação e melhoramento (maior produção de massa verde e maior capa- cidade de fitoextração) de espécies de hiperacumuladores às nossas condições de solo e clima, visando a recuperação dos nossos solos quimicamente impactados Este trabalho procurou investigar as condições e procedimentos referentes a descontaminação de solos com uso de biotecnologias, as propriedades dos solos de Alta Floresta, nas proximidades de áreas garimpadas e, com base nestas, a possibilidade de recuperação destes solos sob tais tecnologias. A partir das observações realizadas (tipo de solo, concentrações mercuriais, dimensão dos lotes, etc.) conclui-se que a opção de biorremediação é a mais viável para a área em questão. |