Lúpus eritematoso sistêmico: estudo comparativo entre modelos de intervenção para adesão ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: NEDER, Patrícia Regina Bastos lattes
Orientador(a): FERREIRA, Eleonora Arnaud Pereira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Departamento: Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12379
Resumo: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo, autoimune e multissistêmica, caracterizada pela produção de autoanticorpos dirigidos principalmente contra antígenos nucleares resultando em lesões teciduais. Costuma evoluir com períodos de exacerbação intercalados com períodos de remissão e grande polimorfismo de manifestações clínicas. Ocorre preferencialmente no sexo feminino, no período compreendido entre a menarca e a menopausa. O tratamento é diversificado; as recomendações incluem uso de medicações, dieta hipossódica, uso de protetor solar e prática de atividades físicas, indicadas de acordo com as manifestações clínicas e gravidade. As regras para o tratamento são complexas, dificultando a adesão. A presente pesquisa estudou os efeitos de três condições de intervenção sobre comportamentos de adesão ao tratamento em mulheres com LES. Trata-se de um estudo longitudinal com intervenções em intervalos de 30, 60, 90 e 120 dias. Participaram quinze pacientes com diagnóstico de LES, segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, em seguimento no ambulatório de referência em doenças reumáticas de um hospital da rede pública de saúde, na cidade de Belém-PA. Foram utilizados como critérios de inclusão: ter diagnóstico de LES há pelo menos um ano; ter idade entre 18 e 45 anos; ter completado o Ensino Fundamental ou estar cursando o último ano; residir na área Metropolitana de Belém ou municípios próximos à capital; apresentar nível moderado de atividade da doença, de acordo com SLEDAI-2k. Foram utilizados: formulários de observação das consultas médicas; protocolos de análise de prontuários; roteiros de entrevistas; checklist; formulários de registro de automonitorização; escala analógica visual de dor; inventário Beck para depressão (BDI); questionário de avaliação de qualidade de vida SF-36 e o índice de atividade da doença SLEDAI-2K. As participantes foram distribuídas em três condições de intervenção. Na Condição A (n=5), as participantes foram expostas à rotina do ambulatório e à quatro entrevistas. Na Condição B (n=5), as participantes foram submetidas a oito entrevistas com uso de checklist, além da rotina do ambulatório. Na Condição C (n=5), as participantes foram expostas à rotina ambulatorial e à oito entrevistas com uso de checklist e de formulários de registro de automonitorização. Os dados obtidos foram analisados de forma quanti-qualitativa, comparando-se os resultados encontrados no início com os do término do estudo realizado em 120 dias com cada participante. Observou-se que todas as participantes, independentemente da condição de intervenção, apresentaram bom índice de adesão ao tratamento ao final do estudo e redução nos indicadores de atividade do LES. Entretanto, as participantes da Condição C mantiveram os ganhos obtidos mesmo após a retirada do procedimento de intervenção, sugerindo melhor índice de adesão (média de 95,71).