Prevalência e etiologia de trauma bucomaxilofacial em idosos internados no Nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvalho Filho, Marcus Antonio Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/104136
Resumo: Introdução: A expansão contínua da proporção de idosos no mundo está cada vez mais transformando a pirâmide populacional, trazendo consigo novos problemas sociais e econômicos. No Brasil, houveram mudanças demográficas e epidemiológicas, antes predominava uma população jovem, entretanto, caminha para uma estrutura etária envelhecida, o que acarreta mudanças na economia, nas relações familiares, no mercado de trabalho, bem como nos serviços de saúde. Apesar do aumento na incidência do trauma em idosos, poucos estudos buscam identificar fatores de risco capazes de prevenir esse incidente. Neste contexto, o trauma bucomaxilofacial em idosos apresenta-se como problema de grande importância, uma vez que envolve sofrimento, além de áreas estéticas que podem afetar o bem estar e a autoestima do paciente. Objetivo: Face ao exposto, teve por finalidade determinar a prevalência e etiologia do trauma bucomaxilofacial em idosos vítimas de trauma externo. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, descritivo e analítico realizado em hospital público de referência em trauma localizado em Fortaleza-Ceará, Brasil. De todos os pacientes com 60 anos ou mais hospitalizados, no período de estudo, entre 7 de abril a 7 de agosto de 2014, nas cinco unidades de trauma do Instituto Dr. José Frota, foram selecionados aqueles com trauma bucomaxilofacial. Foram considerados idosos aqueles com 60 anos ou mais, segundo a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa em vigor no Brasil. Os dados foram coletados em duas etapas. Na primeira, realizou-se levantamento de informações secundárias pelo censo diário do Sistema de Gerenciamento de Internação: número de pacientes, idade, sexo, tipo de trauma. Um questionário foi utilizado para coletar dados sóciodemográficos, condição sistêmica, hábitos deletérios, informações específicas do trauma bucomaxilofacial (tipo de trauma, etiologia, regiões anatômicas, tipo de apoio e tratamento). Resultados: Foram entrevistados 280 pacientes idosos vítimas por diferentes tipos de trauma. Destes, 47 tiveram lesões bucomaxilofaciais, cuja prevalência foi de 16,8%. A faixa etária variou de 60 a 88 anos, com média de 72,4 anos. Nos achados houve predominância do sexo feminino, idosos residindo com familiares, apoio formal, baixa renda e escolaridade. Relativo à condição sistêmica prevaleceram os distúrbios cardiovasculares e problemas de visão. O uso de medicamentos (63,8%), consumo de bebida alcoólica (19,1%) e fumo (29,8%) mostraram percentuais relevantes. Apenas três (3) pacientes possuíam todos os dentes na arcada superior, e um (1) na arcada inferior. A maioria dos traumas resultou de acidentes de trânsito (46,8%). Observou-se maior ocorrência de lesões de tecido mole da face (68,1%) dominando na região orbitária (31,4%) e frontal (31,4%). Sobre fraturas ósseas (31,9%), a região orbital/frontal/temporal foi a mais acometida (33,3%). Houve significância estatística (p<0,05) entre as variáveis: faixa etária, diabetes mellitus, fumo e acidente de trânsito com trauma bucomaxilofacial; sexo com trauma bucomaxilofacial por queda; sexo e acidente de trânsito com fratura óssea na face. Conclusão: À luz destes achados, uma das maiores preocupações deve se voltar para a alta prevalência e falta de pesquisas referentes ao trauma bucomaxilofacial em idosos, fato que merece ser incluído aos indicadores de saúde bucal projetados para a população idosa, servindo de subsídio à integralidade em saúde bucal.