Eis que venho como um ladrão: messianismo político e o combate ao estado messiânico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Klein Filho, Antonio Carlos Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/128276
Resumo: Insatisfeito com a realidade, o homem busca refúgio em utopias. Em tempos de crise, ganha musculatura a ideia do comando do país ser entregue a um salvador, alguém supostamente incorruptível e ungido por Deus para guiar o povo rumo ao melhor dos mundos com a criação ou restauração de uma época de ouro. O messianismo político, fenômeno complexo, não está confinado a um regime, forma de governo, ideologia ou interesse de classe específicos. Contudo, sua presença causa estranhamento na esfera democrática. As pedras angulares do messianismo político (poder pessoal do líder messiânico, promessa de uma utopia para os eleitos e sentimento de orfandade civil), quando interagem, dão origem a um movimento de viés autoritário, pautado em discursos de ódio rapidamente disseminados por meios digitais para uma legião de seguidores, muitos dos quais fanáticos, que precisa ser devidamente compreendido para evitar perigos e conter ameaças a ambientes democráticos. Quando a tolerância não mais predomina em debates, e discordar deixa de ser um direito, uma involução polui o processo civilizatório. O messianismo político faz uso de ataques preconceituosos a bodes expiatórios sobre os quais recaem a exclusiva responsabilidade por todas as mazelas sociais a serem sanadas. Com isto, destrói pontes e promove a desagregação social. O combate à síndrome messiânica e às suas devastadoras consequências para a democracia é um dever inafastável aos guardiões da Constituição. A vassalagem do judiciário é a pá de cal de um regime que tenta resistir às infiltrações autoritárias. O Estado democrático de direito, a par de suas falhas, propicia o modelo político mais justo já experimentado em todos os tempos, onde os direitos fundamentais conseguem ser arrancados da folha de papel e alcançam efetividade com o auxílio de um trabalho equilibrado de juízes conscientes de suas tarefas, sem omissão ou usurpação, na mitigação de desigualdades. As alternativas, atestam milênios de História, são ilusórias. Palavras-chave: Ciência política. Messianismo político. Poder judiciário. Estado democrático de direito