Influência da religiosidade na saúde mental de lésbicas, gays e bissexuais: uma análise a partir da identidade grupal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Ágatha Aila Amábili de Meneses
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/583074
Resumo: Esta tese objetivou analisar a influência da religiosidade na saúde mental de lésbicas, gays e bissexuais e defende que essa influência não depende apenas de se ter uma religião ou se essa religião é inclusiva, mas advém também do manejo individual do conflito entre religião e orientação sexual. Com base nisso, para atingir o objetivo proposto, foram realizados três artigos. O primeiro artigo trata-se de uma scoping review e teve como objetivo mapear as evidências existentes na literatura sobre a relação entre religiosidade/espiritualidade e saúde mental em lésbicas, gays e bissexuais religiosos/espirituais. A busca ocorreu nas bases de dados PubMed, PsycINFO, Web of Science, SciELO e LILACS, totalizando 36 estudos para análise. Os resultados indicaram que a religiosidade e espiritualidade podem ser benéficas ou prejudiciais para o público analisado, não havendo consenso a respeito do seu efeito sobre a saúde mental. Essa revisão trouxe relevantes contribuições para a literatura científica, apontando a complexidade do fenômeno e as lacunas existentes nos estudos já realizados, possibilitando direcionamentos para a construção de pesquisas futuras. O segundo artigo teve como objetivo investigar a integração entre as identidades LGB e religiosa em LGBs brasileiros, bem como sua relação com o bem-estar subjetivo e variáveis estressoras de saúde mental. Para tanto, realizou-se uma análise de cluster hierárquico com 409 LGBs cisgêneros brasileiros, com idades variando entre 18 e 69 anos (M = 30,62; DP = 9,33), resultando em quatro agrupamentos, denominados Identificados e envolvidos; Identidade LGB enfraquecida; Identidade religiosa enfraquecida; e Identificados não envolvidos. Pode-se observar que indivíduos que conseguem manter uma identificação forte com ambos os grupos, seja com ou sem envolvimento, apresentaram menos estressores e resultados mais positivos de bem-estar, demonstrando uma integração entre as identidades LGB e religiosa. No entanto, aqueles que não conseguem beneficiar-se das identificações com esses grupos e demonstram um conflito nessa relação, não conseguem integrar suas identidades e vivenciam mais estressores. O terceiro artigo visou testar um modelo explicativo sobre a influência da religiosidade no bem-estar de LGBs, testando a homonegatividade internalizada como variável mediadora e a integração entre as identidades LGB e religiosa como variável moderadora. Os achados indicam que, para os indivíduos com integração entre suas identidades religiosa e LGB, há uma relação direta e positiva entre religiosidade e bem-estar. Para os não integrados, parte desse efeito é indireto, de modo que religiosidade prediz maior homonegatividade internalizada, que, por sua vez, impacta em menor bem-estar. No geral, os resultados desta tese são consistentes com o pressuposto geral defendido e foram discutidos com base na Teoria da Identidade Social, destacando o papel da integração das identidades LGB e religiosidade na saúde mental desse grupo. Palavras-chave: Religiosidade. Saúde mental. Identidade. Homossexualidade. Bissexualidade.