Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Braga, Alexandre Pinheiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105086
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Resumo: |
Os estudos sobre essas práticas tradicionais de saúde têm obtido uma relevância cada vez mais significativa, apesar dos avanços pela busca de conhecimentos na biomedicina. O afro-brasileiro com uso da natureza no seu cotidiano representa resistência e conservação etnobotânica. Nesse contexto de recuperação e fortalecimento dos saberes ancestrais, as instituições negras vêm buscando aceitação e reconhecimento das práticas de saúde de matrizes afro-brasileiras. Dentre essas tradições de cura destaca-se o Candomblé, religião de origem africana, fundamentada no culto aos Orixás, cujo atendimento pode ser mensurado como uma dinâmica promotora de saúde, buscando na fitoterapia e na fé sua força. Essa pesquisa objetiva investigar a percepção sobre o tratamento fitoterápico e a promoção da saúde dos integrantes num terreiro de Candomblé. Optou-se pela pesquisa qualitativa, pois é apropriada nessa abordagem. O estudo etnográfico foi designado por possibilitar o maior pertencimento à mística que envolve o Candomblé. A densidade da religião afro-brasileira revela a importância da imersão da pesquisa na análise de sua cosmovisão para que não haja limitação nem confusão na tentativa de apreciar suas práticas de tratamento com as plantas e sua dinâmica social numa perspectiva da promoção da saúde. A pesquisa proporcionou quebra dos preconceitos incrustados ao propiciar um mergulho no universo religioso afro-brasileiro, fortalecendo o compromisso de luta por igualdade social numa prática pretagógica à saúde. Nas visitas às festas do terreiro, pôde-se verificar a beleza e o zelo de tudo que compõe a casa de Candomblé e seus ritos com suas preparações meticulosas, musicalidade marcante, lindo vestuário e uma forte irmandade presente. No convívio com o povo da roça, sente-se que a figura da Mãe ou do Pai de Santo na crença africana é imprescindível, pois estes detêm a sabedoria ancestral e têm a missão de cultuar, defender, difundir e preservar sua herança. No acolhimento aos fieis que procuram o Candomblé para livrá-los de algum "mal" de saúde, o babalorixá os trata comumente com preparos de plantas como Alfavaca, Arruda, Cajueiro, e Erva-doce, que nem sempre as indicações destes estão de acordo com as comprovações científicas como ocorre na da Farmácia Viva. Investigando com o sacerdote sobre a "cura" fitoterápica no Candomblé, evidenciou-se que a força da religião está na prática dos banhos com o uso auxiliar de chás e que há um predomínio no terreiro pela procura de solucionar problemas psíquicos e amorosos. Os fiéis que procuraram a roça, no contexto dessa pesquisa, geralmente, o fizeram por conta de depressão, insônia ou visões. Observou-se também o respeito e a valorização da biomedicina pelas práticas populares afro-brasileiras de saúde, identificando-se uma notória e crescente comunicação mútua. Em relação à análise dos resultados, verificou-se a necessidade de trabalhar cientificamente essas temáticas de visibilidade e respeito da essência das populações vulneráveis, como a negra, pelos profissionais de saúde. Essa conquista só é possível com capacitação e empoderamento profissional na construção de ações humanizadas e sem tabus, pois com o pertencimento sociocultural pode se gerir com mais equidade a promoção da saúde e a qualidade de vida dessas comunidades. |