Política nacional de humanização: concepções presentes nos discursos dos profissionais da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Casimiro, Cintia Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/97312
Resumo: A Humanização deve ser vista como uma das dimensões fundamentais para ultrapassar as fronteiras, muitas vezes rígidas, dos diferentes núcleos de saber e/ou poder que se ocupam da produção da saúde. No contexto dos serviços de saúde, essa temática tem sido bastante enfatizada nos serviços de saúde, porém pouco se tem visto na prática, uma vez que o ato de humanizar se confunde com concepções do senso comum. Objetivou-se identificar o conhecimento do profissional da saúde sobre a Política Nacional de Humanização (PNH); perceber ações desenvolvidas pelos profissionais da saúde na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) propostas pela PNH. Estudo com abordagem qualitativa, cujo cenário foi a Unidade Neonatal de um hospital público da rede estadual, especializado no atendimento à saúde da criança, localizado no município de Fortaleza - Ceará. Os participantes foram 20 profissionais da saúde que atuam na unidade neonatal do referido hospital, selecionados por prestarem cuidados diretos ao recém-nascido, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e técnicos da enfermagem. A coleta de dados foi realizada nos meses de abril a julho de 2012 e ocorreu em três momentos distintos e subsequentes: levantamento quanto aos informantes do estudo, por meio da escala de serviço; visitas semanais a UTIN em questão para familiarização com os profissionais antes da exposição aos objetivos do estudo; e a realização do convite a cada participante em individual para a aplicação da entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados, utilizou-se o método de interpretação de sentidos, do qual emergiram sentidos que traduzem o conhecimento e ações práticas relacionadas à PNH, concepções sobre a aplicabilidade da humanização, situações que dificultam sua prática, bem como algumas recomendações para a promoção do cuidado humanizado. O conhecimento sobre a PNH, apesar de se apresentar conhecido entre os profissionais da saúde, é conceituado com dificuldade e incerteza. Quanto a prática dos profissionais, foi referido que a PNH está presente no decorrer das ações desenvolvidas no ato do cuidar da criança, sendo este extenso aos pais e familiares, mediante o acolhimento e atenção ao bem-estar da criança. Por outro lado, questões relevantes da política não foram citadas, como a valorização do trabalhador e o trabalho em rede com equipes multiprofissionais, com atuação transdisciplinar. O conhecimento científico e a responsabilidade foram apontadas como ferramentas básicas dos profissionais para a prática da humanização. Por outro lado, há situações que dificultam a inserção da humanização na unidade, como problemas relacionados a ambiência, presença de ruídos e espaço físico restrito, assim como àqueles relacionados ao trabalhador, como quantidade excessiva de atribuições, cansaço, mecanização do trabalho e vínculo empregatício. Quanto às estratégias sugeridas à promoção do cuidado humanizado, observou-se que uma minoria entende que as práticas desenvolvidas no próprio serviço voltadas a humanização, já são suficientes. Os demais colocam a necessidade de educação continuada. Dessa forma, são necessárias reuniões periódicas entre os profissionais que trabalham na unidade para oportunizar ao gestor identificar as fragilidades e buscar atitudes transformadoras.