Tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis e proposta de implantação de uma tecnologia M-health de convocação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barros, Valeria Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/127413
Resumo: A sífilis é uma infecção de transmissão predominantemente sexual, de fácil diagnóstico, tratamento eficaz e de baixo custo. Quando acomete a gestante, pode provocar a sífilis congênita, infecção passível de prevenção, mas que ocupa lugar de destaque como problema de saúde pública mundial. A ausência ou inadequação do tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis, fundamental para a quebra da cadeia de transmissão, é considerado um dos maiores desafios para o seu enfrentamento. Esta tese tem como objetivos analisar o perfil de gestantes tratadas para sífilis, o tratamento dos parceiros sexuais e fatores associados ao desfecho nos bebês; avaliar os fatores associados ao tratamento de parceiros sexuais de mulheres que apresentaram sífilis durante a gestação e analisar o uso de uma tecnologia m-Health de apoio ao processo de convocação e tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis. Para tanto, assume a abordagem quantitativa, com estudos transversais, sendo o primeiro realizado com dados secundários, das fichas de notificação e prontuários médicos de crianças notificadas com sífilis congênita em 2015 em Fortaleza, Ceará, cujas mães foram tratadas durante o pré-natal e tinham parceiro sexual. O segundo realizou uma análise em 12 Unidades de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, Ceará com mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal. Inclui-se, ainda, uma proposta de protocolo de ensaio clínico randomizado com o uso de uma tecnologia m-Health de apoio ao processo de convocação e tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis. Os resultados estão formatados em três manuscritos. Quanto ao primeiro, foram notificados 674 casos de sífilis congênita e incluídos 81 cujas mães foram tratadas com três doses de penicilina. Parceiro sexual não tratado esteve associado a bebê reanimado ao nascer (p= 0,038; OR 1,80; IC 1,47-2,21) e bebê apresentar manifestações clínicas ao nascer (p= 0,011; OR 4,75; IC 1,44-15,7). Apresentaram VDRL reagente e manifestações clínicas ao nascer 23 crianças, sendo a icterícia com nível de fototerapia a principal delas. Sobre o segundo, participaram 105 mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, sendo 66 gestantes e 39 que já haviam parido. Apresentaram associação com parceiro não tratado: idade da mulher menor ou igual a 19 anos (p= 0,03), mulher usuária de drogas (p= 0,05), gestação não planejada (p= 0,00), início do pré-natal no segundo trimestre gestacional (p= 0,05), não morar com o parceiro (p= 0,05), parceiro não ser o pai do bebê (p= 0,05), mulher com mais de um parceiro sexual no último ano (p= 0,03), parceiro ter outra parceria (p= 0,00) e parceiro ter estado ou estar preso (p= 0,03). Em relação ao terceiro manuscrito, foi desenvolvido um protótipo de aplicativo para dispositivos móveis intitulado Psil, cuja finalidade é de apoiar a convocação de parceiros sexuais de gestantes com sífilis, visando auxiliar os profissionais de saúde e as gestantes no processo de comunicação do diagnóstico, possibilitando ampliar a proporção de parceiros tratados. Conclui-se que os desfechos desfavoráveis ocorreram em crianças cujos pais não realizaram o tratamento para sífilis e crianças que apresentaram sinais e sintomas ao nascer não passaram pelas avaliações clínicas recomendadas (1º); é baixa a proporção de parceiros sexuais de mulheres diagnosticadas com sífilis durante a gestação que realizam o tratamento, o que indica a necessidade de se encontrar novas estratégias para aumentar a cobertura de tratamento, com vistas a evitar a reinfecção da mulher e prevenção a sífilis congênita (2º); e acredita-se que o aplicativo (3º) fornecerá subsídios aos responsáveis pelas políticas públicas e profissionais de saúde na adoção de uma estratégia que de fato contribua para a melhoria dos indicadores de parceiros sexuais convocados e tratados. Palavras-chave: Sífilis Congênita. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Assistência Pré-natal. Parceiros Sexuais. Tecnologias em Saúde.