Perfil clínico e epidemiológico de pacientes idosos com HIV/AIDS Ceará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Guimaraes, Maria Do Socorro Moura de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108726
Resumo: O aumento de casos da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV/AIDS) em pessoas idosas está acontecendo de uma forma global. Os medicamentos que melhoram o desempenho sexual masculino e a reposição hormonal feminina têm permitido uma sexualidade mais ativa por parte das pessoas idosas. Essas facilidades associadas à falta de hábitos preventivos parecem deixar essa população mais exposta às doenças sexualmente transmissíveis. Portanto, esta pesquisa apresentou como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico de idosos com HIV/AIDS internados em um hospital de referência em Fortaleza, Ceará, Brasil, no período de 2013 a 2015. Assim, desenvolveu-se um estudo descritivo, retrospectivo de natureza quantitativa. A amostragem deste estudo foi composta por informações coletadas em prontuários. Neste estudo foram incluídos os prontuários de pessoas com 60 anos e mais residentes na Capital Fortaleza e outros municípios do Estado do Ceará com diagnóstico de HIV/AIDS. Os prontuários que foram excluídos não continham as informações completas e necessárias para atender os objetivos do estudo. Analisou-se 101 prontuários, sendo 60 de prontuários ativos, 30 de prontuários de indivíduos que foram a óbito por AIDS e 11 óbitos por outras causas. A média de idade foi de 66 +5,1 anos, com predomínio de 72,2% do sexo masculino, 28,7% analfabetos, 79,2% pardos, 32,6% casados e 24,7% tinham renda menor que um salário mínimo e 79,2% procediam da Capital de Fortaleza; 25,7% eram heterossexuais, 31% tinham múltiplos parceiros, 19,8% tinham relação desprotegida, 21,7% eram tabagistas e 26,7% faziam uso de álcool; 5,9% faziam uso de drogas. Os óbitos por AIDS estavam relacionados com baixa taxa de L T-CD4+ e elevada carga viral. O percentual de sobreviventes foi maior comparado aos óbitos por AIDS e óbitos por outras causas. Os sinais mais frequentes na internação foram perda de peso e adinamia. As doenças crônicas mais encontradas foram hipertensão arterial e diabetes mellito. As doenças oportunistas mais frequentes foram a candidíase, tuberculose, pneumonia, neurotoxoplasmose, neoplasias, pneumocitose e leishmaniose visceral. Houve pouca diferença da frequência de óbitos entre os anos 2013 e 2014, mas, observa-se decréscimo no ano de 2015. No desfecho, o percentual de prontuários ativos foi maior que dos óbitos por AIDS e óbitos por outras causas, mas o tempo de sobrevida foi menor em pacientes com diagnóstico inferior a 1 ano. Os resultados sugerem que o diagnóstico tardio aumenta de modo considerável a mortalidade entre os idosos. É preciso que se quebre o paradigma do idoso assexuado e que ele se torne visível frente à vulnerabilidade para o HIV/AIDS. A atenção deve ser dada às manifestações clínicas que podem confundir e postergar o diagnóstico. Há necessidade que sejam incrementadas as ações de educação, prevenção e promoção no sentido de orientar essa população quanto às atitudes que a expõe ao risco de infecção e facilitar o acesso aos serviços e terapia. Acredita-se que assim se contribua para a redução da doença nessa faixa etária.