A colaboração no trabalho de cinco equipes de saúde de unidades de atenção primária em Fortaleza-Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Baião, Darli Chahine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/126373
Resumo: Nas últimas décadas, devido às transformações e expansão do capitalismo, as demandas no campo da saúde estão cada vez mais dinâmicas e complexas. Nesse cenário, o desenvolvimento de ações ou práticas de trabalho que envolvam a colaboração aparece como uma tendência que busca adequar os serviços e atendimentos às exigências do mundo atual, garantindo ações mais sustentáveis e colaborativas. No Brasil, várias políticas e abordagens foram criadas no SUS com o intuito de acompanhar essas demandas por meio da adoção de novos modelos de atenção que levem à potencialização dos cuidados em saúde. Dentre eles, observa-se o debate sobre a Colaboração Interprofissional, em especial na Atenção Básica. Diante disso, o objetivo geral da tese foi analisar a colaboração no trabalho de cinco equipes de saúde de Unidades de Atenção Primária em Saúde (UAPS) de Fortaleza e sua relação com as condições de trabalho e as redes estabelecidas. Os objetivos específicos configuraram-se como gerais de cada estudo, sendo eles: 1) conhecer o ambiente e as condições de trabalho nas quais as equipes de saúde estão inseridas; 2) analisar a colaboração no trabalho das equipes de saúde baseado na tipologia de D´Amour e contextualizar as diferenças em termos do grau de colaboração existente; 3) mapear e comparar as características estruturais e relacionais das redes de colaboração no trabalho das equipes de saúde e; 4) apresentar três práticas colaborativas implementadas nas equipes referência estudadas. A pesquisa foi realizada com cinco equipes de UAPS de Fortaleza-CE, sendo três consideradas referência na díade ensino-serviço e duas não. Como método, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, tipologia da colaboração de D´Amour e Análise de Redes Sociais (ARS). Os resultados mostraram que as equipes vivenciam condições de trabalho precárias de formas semelhantes, em especial, em relação à infraestrutura das unidades e baixa disponibilidade de materiais e equipamentos. Em relação à tipologia da colaboração, foram observados níveis diferentes, principalmente entre as equipes referência e não referência. O estudo evidenciou a importância do objetivo comum, do sentimento de pertença e das lideranças para o desenvolvimento da colaboração. Na ARS, foi possível confirmar a relevância e a influência das redes sociais para o funcionamento das equipes, bem como para o trabalho colaborativo. As equipes referência apresentaram redes mais coesas, com relações heterogêneas e reciprocidade, possibilitando o desenvolvimento da colaboração. Por fim, as experiências colaborativas evidenciaram a possibilidade de desenvolver práticas que envolvem a colaboração, mesmo com condições de trabalho prejudicadas. Pode-se concluir a colaboração funciona como uma proteção às equipes no desenvolvimento das atividades laborais, configurando-se como um apoio para os seus membros. Quando a equipe é permeada pela colaboração apresenta relações mais coesas e frutíferas que impactam diretamente na forma como lidam com as dificuldades encontradas. Palavras-chave: colaboração; condições de trabalho; análise de redes sociais; equipes de saúde; Atenção Básica.