Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, Marina de Barros Mamede Vidal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108695
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Resumo: |
A dor orofacial é uma condição clínica altamente prevalente, que possui múltiplas causas. Têm sido sugerido que os canais da família dos TRP (receptor de potencial transitório) devem estar envolvidos nos mecanismos periféricos desta condição. Atualmente, as propriedades anti-inflamatórias e antinociceptivas das lectinas têm sido amplamente estudadas. Este é o primeiro estudo que avalia a capacidade de uma lectina de atenuar a dor orofacial em modelos experimentais animais. Tendo portanto como objetivo avaliar a atividade antinociceptiva da frutalina (FTL), lectina ¿-D galactose ligante, que é isolada das sementes de Artocarpus incisa L., utilizando modelos de nocicepção orofacial aguda e neuropática e corneal em roedores. A nocicepção aguda foi induzida pela administração subcutânea (s.c.) de formalina, glutamato ou capsaicina na área perinasal de camundongos ou pela instilação de salina hipertônica na córnea de camundongos pré-tratados com FTL (0,25; 0,5 ou 1 mg/kg i.p.). Em seguida foi avaliado o comportamento de rubbing da região afetada. Ainda utilizando o modelo de nocicepção corneal foi avaliado o efeito do pré-tratamento com L-NAME ou Naloxona, na tentativa de elucidarmos o possível mecanismo de ação da FTL. Foi deterrminado também neste mesmo modelo, o envolvimento do domínio lectínico no efeito antinociceptivo dessa lectina, através da ligação dela com o seu açúcar (D-galactose). A FTL 0,5 mg/kg foi a mais efetiva, sendo portanto a dose escolhida para ser utilizada neste modelo. A formalina também foi aplicada na articulação temporomandibular (ATM) de ratos pré-tratados com FTL 0,5 mg/kg (i.p.). A resposta nociceptiva foi caracterizada pelos comportamentos de rubbing e head flinching. A nocicepção neuropática foi induzida pela transecção do nervo infraorbital (IONX), seguida de hipersensibiliadade ao frio induzida por acetona, em ratos pré-tratados com FTL 0,5 mg/kg (i.p.). Para avaliar a interferência da FTL no comportamento locomotor dos animais foi realizado o teste Rota-rod em camundongos. Nossos resultados mostraram que a FTL reduziu significativamente o comportamento nociceptivo orofacial induzido pela formalina (em ambas as fases do teste), glutamato e capsaicina. No teste de nocicepção corneal, os animais pré-tratados com FTL apresentaram diminuição significativa do comportamento de rubbing ocular. Este efeito foi revertido por L-NAME e Dgalactose, mas não por Naloxona. A FTL reduziu o comportamento de rubbing, mas não de head flinching dos animais que receberam formalina na ATM. Na hipersensibilidade ao frio induzida pela acetona, após a transecção do nervo infraorbital, os ratos tratados com FTL tiveram uma diminuição significativa do comportamento de rubbing facial (menor hipersensibilidade térmica) nos dias 3, 5, 7 e 10, após o procedimento cirúrgico, quando comparado aos grupos controles (sham e naive). Os animais submetidos ao teste Rota-rod não apresentaram incordenação motora. Os resultados sugerem que a FTL pode estar atuando via bloqueio dos canais TRPs, uma vez que reduziu o efeito nociceptivo induzido pela capsaicina, glutamato e salina hipertônica, (que atuam no canal TRPV1), pela formalina (que atua nos canais TRPA1e TRPV4) e pela acetona (que atua nos canais TRPM8 e TRPA1). Esse efeito está associado ao seu domínio lectínico. Com base nesses achados, podemos confirmar o potencial farmacológico da FTL como um inibidor da nocicepção orofacial na dor aguda e crônica. Palavras-chaves: Lectinas; Frutalina; Artocarpus incisa L; Nocicepção orofacial; Dor Neuropática. |