Resumo: |
Esta Dissertação teve como objetivo verificar a influência do estresse de minorias e do suporte social sobre o sofrimento mental e bem-estar subjetivo de adolescentes LGBTs. Para isso, realizou-se um estudo transversal e quantitativo, o qual contou com a participação de 468 adolescentes (M=15,67 anos de idade; DP = 1,39), pertencentes às diferentes minorias sexuais e de gênero. Os adolescentes responderam a um formulário online de pesquisa, composto por questões de caracterização sociodemográfica, Protocolo de Avaliação do Estresse de Minorias (Homonegatividade/Transnegatividade Internalizada, Experiência de Estigma e Revelação da Orientação Sexual/Identidade de Gênero), Escala de Satisfação com Suporte Social, Escala de Estresse Psicológico de Kessler - K10, Escala de Afetos Positivos e Negativos e Escala de Satisfação de Vida. Os dados foram analisados a partir do software SPSS (versão 21), a partir do cálculo de estatísticas descritivas (média, frequência e porcentagem) e inferenciais (testes de comparação de grupos, análises de correlação e de regressão múltipla). Verificou-se que os participantes são em sua maioria pardos, estudantes, moradores de centros urbanos e pertencem a famílias com renda média de dois salários mínimos. Sobre as variáveis do estudo, a maioria dos participantes pontuou abaixo das médias nas variáveis homofobia/transfobia internalizada e experiência de estigma. Já nas variáveis revelação da sexualidade, suporte social, sofrimento mental, satisfação de vida, afetos positivos e afetos negativos, os valores apresentados podem ser considerados acima da média. Na comparação de grupos, identificou-se que adolescentes transexuais vivenciam maiores experiências de estigma e sofriment mental em relação aos adolescentes das minorias sexuais. Entre as minorias sexuais, por sua vez, constatou-se que adolescentes gays vivenciam mais experiências de estigma, mais afetos positivos e suporte social; enquanto os não-monossexuais apresentaram a maior taxa de homofobia internalizada, menor nível de revelação da sexualidade e experiência de estigma. No tocante às lésbicas, estas vivenciam maiores situações de estigma, menor suporte social, maiores índices de sofrimento mental, mais emoções negativas, menos emoções positivas e menos satisfação de vida. Acerca das análises de regressão, verificou-se que a experiência de estigma e, sobretudo, o suporte social foram as variáveis que mais influenciaram o sofrimento mental e o indicador de bem-estar subjetivo. Entende-se que esse estudo contribui ao campo de estudos das adolescências diversas (LGBTs), sobretudo por propor uma análise integradora dos fatores de risco (estresse de minorias), fatores de proteção (suporte social) e dois indicadores de ajustamento psicossocial (sofrimento mental e bem-estar subjetivo). Ao evidenciar diferenças intergrupais, reiterar o papel negativo do estresse de minorias e o papel protetivo do suporte social, dá margens importantes para delinear intervenções que visem à promoção da saúde e direitos humanos das adolescências LGBTs. Palavras-chave: adolescência; minorias sexuais e de gênero; fator de risco; fator de proteção. |
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