Fatores de risco para mortalidade materna em unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Saintrain, Suzanne Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/105687
Resumo: A ocorrência de óbitos maternos evitáveis reflete as precárias condições econômicas, culturais e tecnológicas de um país e constitui-se numa violação dos direitos reprodutivos das mulheres, tratando-se, portanto, de uma preocupação mundial. O objetivo deste estudo foi investigar os fatores de risco para mortalidade em pacientes internadas em uma UTI Materna. Foi realizado um estudo transversal de natureza quantitativa na Maternidade Escola Assis Chateaubriand ¿MEAC, da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, Ceará, Brasil. Utilizaram-se prontuários de pacientes internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2014. Foram identificadas 465 internações neste período, tendo sido excluídos 92 prontuários, dos quais 85 não preencheram os critérios de inclusão do estudo e 7 não foram encontrados nos arquivos. Após seleção, e obedecendo ao critério de inclusão na pesquisa, elegeram-se todos os prontuários de pacientes obstétricas e puérperas. Foram incluídas 373 pacientes na análise, cuja idade variou de 13 a 45 anos (média de 25,6 anos e DP ± 7,3 anos). As pacientes apresentaram como características clínico-epidemiológicas: faixa etária de 19 a 34 anos (68%) realização de pré-natal (235; 63,0%), parto cesáreo (294; 78,8%); diagnósticos na admissão hospitalar: síndromes hipertensivas relacionadas à gestação, seguidas de cardiopatias, insuficiência respiratória e sepse; complicações: insuficiência renal aguda (24,1%), hipotensão (15,5%), hemorragia (10,2%) e sepse (6,7%); uso de drogas vasoativas em 18% dos casos, antibióticos em 44,8% e diuréticos em 54,4%; desfecho: alta hospitalar (345; 92,5%) e óbito (28; 7,5%). As causas de óbito foram choque hemorrágico, falência múltipla de órgãos, insuficiência respiratória e sepse. A partir da análise do modelo de regressão múltipla, os fatores de risco independentes para óbito foram: hipotensão, insuficiência renal aguda e insuficiência respiratória. Apesar da gravidade das pacientes estudadas, a frequência de óbitos foi baixa, o que reflete a qualidade do serviço prestado pelo hospital estudado, que é uma das principais referências em Obstetrícia no Estado do Ceará. Espera-se que estes resultados contribuam para melhorar a saúde da mulher, apontando direções para o planejamento de estratégias e programas de prevenção destas complicações relacionadas à gestação, sobretudo reforçando-se a importância da realização de pré-natal cuidadoso, assim como suscitar mais estudos a partir das presunções levantadas.