Efeitos da discriminação etária percebida no bem-estar psicológico de pessoas de meia-idade e idosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Angélica Maria de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/591295
Resumo: A discriminação etária percebida afeta o bem-estar subjetivo e saúde mental de pessoas de meia-idade e idosas. Diante da necessidade de uma análise integrada e mais complexa dos fatores que afetam essa relação, o objetivo geral desta tese é propor um modelo explicativo sobre os efeitos da discriminação etária percebida no bem-estar psicológico de pessoas de meia-idade e idosas, considerando os fatores associados, o desenvolvimento de uma medida robusta e os mecanismos de enfrentamento a essa discriminação. A tese é composta por três artigos científicos, sendo um artigo de revisão narrativa e dois artigos empíricos com delineamento quantitativo. O primeiro artigo tratase de uma revisão teórica e teve como objetivo discutir alguns fatores associados à percepção da discriminação etária em pessoas da meia-idade e idosas e sua relação com o bem-estar subjetivo e a saúde mental, por meio de uma revisão narrativa. Os resultados apontaram que alguns fatores podem interferir na percepção da discriminação etária e são utilizados como uma forma de proteger o bem-estar subjetivo e a saúde mental na velhice, dentre eles: autopercepção do envelhecimento, se perceber mais jovem e se identificar com o seu grupo etário. Além de apresentar que fatores interseccionais, associados a marcadores sociais e contextos culturais, podem intensificar a experiência da discriminação etária. O segundo artigo, composto por quatro estudos, teve como objetivo desenvolver e reunir evidências de validade para a escala de discriminação etária percebida para pessoas de meia-idade e idosas (EDEP-MI). No total, participaram 1.168 brasileiros, com idades entre 50 e 95 anos. A versão final da EDEP-MI, composta por 21 itens, apresentou uma estrutura unifatorial, demonstrou confiabilidade interna adequada nos quatro estudos e mostrou-se robusta na avaliação da discriminação etária percebida em pessoas de meia-idade e idosas. Reuniram-se evidências de validade de conteúdo, além de evidências iniciais e adicionais de validade e precisão com base na estrutura interna da EDEP-MI, suas relações com variáveis externas, parâmetros de discriminação e dificuldade dos itens pela Teoria de Resposta ao Item e a invariância da EDEP-MI em relação ao gênero e à idade. O terceiro artigo objetivou propor um modelo explicativo sobre a relação entre discriminação etária percebida, bem-estar subjetivo e saúde mental de pessoas de meia-idade e idosas. Participaram 959 brasileiros (50 a 87 anos). O modelo explicativo apresentado à comunidade científica propõe que a percepção da discriminação etária resulta em menores níveis de bem-estar subjetivo e saúde mental. Esse processo é mediado pelas autopercepções do envelhecimento e por uma das dimensões da identidade grupal. Ademais, observa-se um efeito direto da idade subjetiva nesses desfechos. Os resultados mostraram que a discriminação etária teve um efeito negativo no bem-estar, mediado pelas autopercepções do envelhecimento, que intensificaram ou atenuaram esses efeitos. A autoestereotipagem também mediou a redução dos efeitos adversos da discriminação nos afetos negativos, enquanto a percepção de se sentir mais jovem beneficiou o bem-estar psicológico. Os achados desta pesquisa ressaltam o protagonismo de pessoas de meia-idade e idosas e ampliam a conscientização sobre o impacto do ageísmo e suas formas de enfrentamento. Palavras-chave: discriminação etária percebida; bem-estar subjetivo; saúde mental; meia-idade; pessoas idosas.