A invenção diagnóstica ontem e hoje: há possibilidades para redescrições ?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Verde, Madalena de Queiroz Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/88547
Resumo: O presente estudo emprega a metodologia de pesquisa qualitativa bibliográfica e tem como objetivo problematizar e realizar uma análise do diagnóstico na área de saúde mental, derivada da constatação de um aumento importante na formulação de novas categorias nosográficas nos atuais manuais de classificação psiquiátricos - sobretudo no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) - e de constatações clínicas que identificam um acréscimo na procura por diagnósticos. Aplicando ao diagnóstico um significado de relevância para a condução da própria vida, pacientes buscam, mediante emissões diagnósticas, definições e justificativas para as dificuldades e o sofrimento vivido, descrevendo a si mesmo como uma entidade nosográfica procedente de um mal funcionamento biológico corporal. O estudo, opondo-se ao caráter de verdade absoluta essencialista e universal atribuído ao diagnóstico na contemporaneidade, propõe compreendê-lo na interdependência do contexto social-históricopolítico. Para tanto, identifica a classificação dos fenômenos psicopatológicos na tradição da racionalidade médica ocidental, ancorada em sisifismo à procura por uma causalidade orgânica para a experiência da loucura bem como um diagnóstico nos dias de hoje como um veículo para a constituição de identidades biológicas reducionistas da subjetividade. Na atualidade, com a formulação do DSM-III como um instrumento diagnóstico decisivo na elaboração da idéia de transtorno mental como entidade universal essencialista, essa idéia corrobora o cenário das bioidentidades e de profundas mudanças ocorridas nas esferas política, econômica e antropológica do mundo. Concluindo, com contribuições na psicanálise, são analisadas condições de possibilidades para a emersão de novos discursos e de uma prática clínica que permitam produzir redescrição diagnósticas de um reducionismo fisicalista da subjetividade , ressaltando a singularidade e irredutibilidade da condição humana. Palavras-chave: diagnóstico, contemporaneidade, medicina, psicanálise.