Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Leite, João Marcos de Araújo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/125760
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Resumo: |
O Human Immunodeficiency Virus (HIV) trata-se de um vírus que atinge o sistema imune de pessoas e enfraquece seus mecanismos de defesa. Tal imunodeficiência resulta em uma maior suscetibilidade a uma gama de infecções, ao câncer e a outras doenças relacionadas, podendo culminar na chamada Acquired Immunodeficiency Syndrome (Aids). Reportamo-nos, assim, ao teste rápido (TR) para HIV, que surge como um importante aliado para que se modifique, de forma contundente, o cenário da epidemia de HIV como forma de facilitar o acesso do indivíduo ao seu diagnóstico. A presente pesquisa tem como objetivo compreender a experiência vivida de risco-aventura dos sujeitos que realizam frequentemente o TR em HIV. Compreendemos essa experiência vivida de risco-aventura sob a ótica da fenomenologia filosófica do francês Maurice Merleau-Ponty, que considera o homem num mundo já existente em um contexto pré-reflexivo. O conceito de risco-aventura, apresentado por Mary Jane Spink, encontra-se intimamente relacionado com a experiência de HIV, possuindo uma conotação tanto de um perigo invisível quanto de um entrelaçamento entre possibilidade e probabilidade, formando a percepção de que os riscos propiciam uma formação de caráter, realização e atribuição de sentido para a existência quando são vividos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou a entrevista fenomenológica como método de coleta e o método fenomenológico crítico para análise dos dados. Realizamos entrevista com 10 usuários frequentes do TR. Os resultados foram organizados em 3 categorias: (1) ¿como se fosse a primeira vez: sentidos, sentimentos e motivos da testagem¿, em que sinalizamos tais elementos a partir das falas dos participantes que ressaltaram processos de ansiedade continua ao adentrar ao risco de forma deliberada e percebe-lo como perigoso; (2) ¿Você não sabe com quem essas mulheres ficam, né: o empietement dos estigmas em HIV¿ na qual relacionamos o fenômeno do uso frequente dos TR com os estigmas relacionados a infecção e a sexualidade e ao gênero em que os participantes relataram como os preconceitos atravessam suas experiências de vivências de liberdade e como podemos elaborar processos interventivos nesse contexto e; (3) ¿Narrativas do risco: entre o hábito e a liberdade em situação¿ que relacionamos o risco-aventura e o uso frequente dos TR nos múltiplos contornos que esse conceito pode assumir entre o que pode ser habitual na experiencia vivida dos sujeitos e o que é vivido como uma liberdade situada nas condições de possibilidade destes. Os participantes descreveram com medo e reticencia sobre suas experiências, o que percebemos como uma dificuldade em lidar com o tema do HIV/aids no contexto do cuidado em saúde. Constatamos que o conceito de risco-aventura pode auxiliar na consideração dos usuários como protagonistas de seus próprios processos para o cuidado de si. A partir da fenomenologia de Merleau-Ponty conseguimos desvelar sentidos que perpassavam a testagem frequente que são particulares e não podem ser vistos descolados da experiência dos sujeitos. Ademais, ressaltamos a importância de se adentrar cada vez mais na experiência desses usuários. Palavras-Chave: Fenomenologia Crítica. Merleau-Ponty. HIV. Teste Rápido. Risco-Aventura. Saúde Coletiva |