Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Braide, Andrea Stopiglia Guedes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/110232
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Resumo: |
Ser pai, aparentemente, pode ser muito fácil. Neste estudo, não se pretendeu julgar a função ou saber como ela é executada pelos homens. A intenção foi compreender como o homem pode ressignificar sua vida após participar do processo de parturição e acompanhar a mulher-mãe até a alta para retornar à sua casa. Quis-se compreender o bonding. As influências sócio-culturais podem ser decisivas quando se trata de incentivar este pai a participar e a se envolver de forma mais ativa no nascimento de seu filho. Nem sempre essa decisão é fácil e, em algumas situações, pode recriminar e estigmatizar o homem que deseja, simplesmente, mudar um paradigma e estar mais próximo, neste momento único, da vida de um casal. Os objetivos deste estudo foram buscar respostas para compreender a ressignificação do vínculo pai-bebê após a participação do pai no parto humanizado ou acompanhamento pós-parto; descrever a percepção da paternidade vivida por este pai após sua participação no parto e/ou pós-parto no seu convívio com mãe e bebê desde o ambiente hospitalar; desvelar os preconceitos e os estigmas percebidos pelo homem após sua participação no parto ou pós-parto; contextualizar a influência desta experiência no vínculo familiar e na construção de sua identidade paterna (homem-pai). Participaram do cenário a Regional VI, em Messejana, o Hospital Distrital Gonzaga Mota e algumas residências e localidades do bairro. Conversou-se com nove participantes que apresentaram suas narrativas sobre o assunto-chave: ser pai hoje. Fez-se uso da Antropologia Interpretativa de Geertz para dar forma às categorias que emergiram na análise temática de Bardin com categorias pertinentes ao gênero masculino, paternidade, família e relação pai e filho. Dispôs-se de um período de quinze meses para trabalhar com esses sujeitos que foram convidados de forma ocasional em momento de sua chegada ao espaço hospital para acompanhar a mãe no parto. Para chegar aos resultados, foram usadas entrevistas para a aproximação e, no segundo momento, um encontro nos domicílios onde se trabalhou com narrativas até se chegar ao máximo de aproximação desta realidade vivida por estes homens que se perceberam como pai. Os ganhos reais que as mudanças históricas apresentaram ficaram bem evidentes quando iniciaram as interpretações das falas. A participação do homem no momento do nascimento pode, sim, trazer mudanças neste universo social local, o que condiz com o princípio defendido por Kleinmann, em que, mesmo sofrendo preconceito e estigma, se o sofrimento foi vivenciado, pode modificar a percepção do sujeito e ajudá-lo a transformar o mundo moral local de forma positiva para toda a comunidade. A influência das políticas públicas e do projeto local do hospital Gonzaguinha foram fatores que moldaram este novo modelo de ser pai, interferindo diretamente em sua forma de encarar a paternidade e a sua participação na relação familiar. A interpretação da subjetividade do universo masculino e como ele se percebe enquanto pai que cuida ficou bem explícita e mostrou a função deste homem-pai. |