Concepções dos profissionais da Perícia Forense do estado do Ceará sobre a violência sexual contra a mulher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tamboril, Bruna Caroline Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/113868
Resumo: A violência sexual (VS) contra a mulher desrespeita os direitos sexuais, humanos e reprodutivos ferindo a dignidade da mulher, não se limitando ao âmbito privado ou familiar, se estabelecendo como um grave problema social. Enfrentar este desafio perpassa por redefinições da medicina legal quanto às concepções cristalizadas sobre a VS que, ao longo do tempo e em cenários globais, se apresenta como uma das manifestações mais cruéis da violência de gênero, persistente, ancorada por questões histórico-culturais, étnico-raciais e que envolve todas as classes sociais. Esta pesquisa analisou as concepções de profissionais da Perícia Forense do Estado do Ceara sobre a violência sexual contra a mulher. Pesquisa de abordagem qualitativa, envolvendo 16 profissionais (médicos(as) e técnicas de enfermagem) que trabalham na Coordenadoria de Medicina Legal (COMEL) e no Núcleo de Atendimento Especial a Mulher, Criança e Adolescente (NAMCA). A coleta de dados deu-se no período de março a outubro de 2016 mediante entrevista semiestruturada. Analisaram-se os dados a partir da técnica de análise de conteúdo e discutindo-os à luz da representação social. Os dados apontam um serviço que oferta diversa atendimentos dispondo de infraestrutura adequada e equipamentos que permitem qualificar os laudos. Os participantes referem lacunas para atender a mulher em situação de violência sexual. A maior dificuldade apontada pelos profissionais é a comprovação clínica dessa violência, justificada pela demora da mulher em denunciar e/ou buscar o atendimento. Reportando-se às causas da VS os profissionais estabelecem assimetrias sócio históricas entre homens e mulheres salientando relações de poder, machismo, dependência financeira e relacionam a causa da VS com o uso de drogas lícitas e ilícitas. Para avançar na atenção à mulher em situação de violência sexual no âmbito da segurança pública é necessário transpor a formação centrada no ¿combate¿ e práticas repressoras e julgadoras, para a formação que dialogue com as subjetividades e os desafios das demandas sociais que são vivas e situadas em um corpo físico e social.