Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ana Cristina Feijo da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/101589
|
Resumo: |
Este estudo integra pesquisa Multicêntrica denominada ?Análise dos serviços de saúde na atenção às mulheres em situação de violência sexual: estudo comparativo em duas capitais brasileiras?. Assume-se a compreensão de que a violência sexual é uma das manifestações da violência de gênero mais cruel e persistente, atravessa a história e sobrevive na dimensão de uma pandemia, atingindo mulheres, adolescentes e crianças, em todos os espaços sociais, sobretudo no doméstico. Requer atenção do setor saúde devido as graves repercussões que acarretam aos envolvidos, sendo o seu enfrentamento um desafio global. Nessa perspectiva, objetivou-se compreender a percepção de profissionais sobre protocolos utilizados na atenção à saúde de mulheres em situação de violência sexual, nos serviços municipais de saúde, em Fortaleza, Ceará. Predominando a abordagem qualitativa, participaram 68 profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos) de nove hospitais públicos e que prestam cuidados diretos a essa mulher. A coleta de dados foi realizada em 2013, com entrevistas semiestruturadas e norteadas pelas diretrizes da Norma Técnica. A análise deu-se na modalidade temática com apreensão dos núcleos de sentido atribuídos pelos profissionais sobre o objeto investigado, resultando nas categorias: acesso das mulheres em situação de violência sexual a unidade de saúde, acolhimento às mulheres em situação de violência sexual na unidade de saúde, adoção de protocolos e fluxo de atendimento pré-estabelecido, encaminhamentos realizados nos casos de gravidez decorrente da violência sexual e para a rede intra e intersetorial, e serviços oferecidos às mulheres em situação de violência sexual na unidade de saúde. Os resultados evidenciaram que a implantação dos princípios e diretrizes da Norma Técnica é processual, ainda vagarosa e na invisibilidade. Os profissionais estão se aproximando, timidamente, das políticas públicas que norteiam esse enfrentamento e os respectivos eixos que conduzem a melhoria da qualidade da atenção. Poucos conhecem a respeito dos procedimentos propostos pela Norma Técnica para Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes. Quanto às unidades de saúde, em sua maioria, não estão organizadas e os atendimentos clínicos, assim como os cuidados realizados pelas categorias profissionais, não estão normatizados. Identificou-se uma assistência fragmentada, com prioridade para os sinais e os sintomas apresentados por essas mulheres, em detrimento de escuta qualificada, sensível e fundamentada nas diretrizes políticas. Considera-se que os resultados desta pesquisa poderão subsidiar gestores na adoção de estratégias que favoreçam a implementação da política de atenção às mulheres, no enfrentamento da violência sexual, promovendo uma reestruturação da rede e em especial dos serviços de saúde, visando atendimento integral a esta clientela. Acrescenta-se que as lacunas retratadas demandam capacitações para os profissionais, não só da área da saúde, mas os que respondem pelas equipes dos serviços da rede intersetorial, no alcance de uma assistência integral às mulheres em situação de violência sexual as percebendo como pessoas de direitos, éticas e cidadãs. |