Ser (in)feliz na universidade: sofrimento/prazer e produtivismo no contexto da pós-graduação em saúde coletiva/saúde pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sampaio, Patricia Passos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108659
Resumo: A partir da década de 90 do século passado o ideal neoliberal invadiu as universidades implantando uma lógica de gestão mercantilista e gerencialista. Assim, metas de produtividade começaram a ser impostas e sistemas de avaliação de resultados foram implementados gerando competitividade e incentivando o individualismo entre os pares. Tal modificação trouxe sérias consequências para a autonomia, liberdade e saúde nas universidades. O imperativo de produtividade que se impôs ao trabalho docente se configurou como produtivismo acadêmico. É pois objetivo geral desse estudo compreender como os professores da Saúde Coletiva/Saúde Pública estão vivenciando esta nova configuração do trabalho docente (flexibilização, intensificação e precarização) frente às exigências de produtivismo acadêmico. Tendo em vista a contemporaneidade e complexidade do tema, foi realizado um estudo multicaso de abordagem qualitativa com professores portugueses (Saúde Pública) e professores brasileiros (Saúde Coletiva). Partimos do pressuposto de que os discursos dos professores no Brasil e em Portugal estão inscritos em formações discursivas distintas, o que inviabiliza qualquer comparação entre eles. Nos propomos a trabalhar as confluências entre Brasil e Portugal, contudo, focaremos na forma como cada país dá sentido e enfrenta, no cotidiano, o produtivismo acadêmico. As informações foram coletadas através de entrevistas semiestruturadas. Já a análise de discurso foi realizada em três momentos: configuração do corpus; elaboração do dispositivo de análise e interpretação do processo discursivo. Neste processo, foram identificadas quatro categorias de análise: trabalho docente; produtivismo acadêmico; vivências de prazer/sofrimento/adoecimento e tempo e docência. O estudo constatou que o comportamento e a saúde do professor da Pós graduação em Saúde Coletiva/Saúde Pública estão gravemente afetados pela lógica do produtivismo acadêmico e os sinais de sofrimento evidenciados atestam o ditado ¿casa de ferreiro, espeto de pau¿.