Tra(vestido sim, mulher não: um estudo, a partir da clínica psicanalítica, sobre o travestismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pinheiro, Francisco Lamartini Guedes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/101751
Resumo: O tema desta pesquisa é o travestismo, considerado como linguagem e instrumento usado para a fabricação do personagem feminino do travesti. A hipótese central trabalhada é a de que o travestismo é um posicionamento subjetivo advindo da perversão. No caso do travestismo, há que saber sobre os caminhos estruturais que a pulsão toma no travesti e que resultam na posição sexual que este ocupa. Dessa forma, estas indagações levaram ao objetivo geral da tese, que foi o de verificar os efeitos psíquicos advindos do fato de alguns homens assumirem a identidade travesti, a partir de estudos de casos. O caminho metodológico tratou-se de uma leitura teórico-clínica de quatro casos clínicos atendidos em clínica particular. Para tanto, foi utilizado método clínico psicanalítico como fonte disparadora de produções teóricas e práticas. Quanto ao marco teórico, tem-se como eixo a psicanálise, seguindo os seguintes temas norteadores: identificação, moral sexual moderna, mal-estar, corpo, política, sexualidade, estruturas, posição sexuada etc. O primeiro capítulo, À escuta da clinica, é composto pelo estudo dos casos clínicos. No segundo capítulo, O que quer um travesti?, é efetuado um levantamento a respeito das considerações acumuladas pela psicanálise sobre o travesti. No terceiro capítulo, As diferenças sexuais e a diferença sexual travesti, discute-se e questiona-se a noção psicanalítica de diferença sexual e como ela se processa no caso dos travestis. Na busca de um entendimento à questão principal da tese, apresentam-se três pontos chaves para a materialização teórica e clínica da mesma, os quais deram apoio aos estudos dos casos citados: 1) o travesti se estrutura pelas vias da perversão e do fetiche; 2) as identificações e os posicionamentos identitários que compõem o travestismo e o travesti são os processos de base que permeiam e dão sustentação ao mesmo e advêm de uma arrumação sutil entre perversão x identidade x diferença sexual; 3) a negação do sujeito travesti pelo Outro é um efeito social e psíquico causado pela prevalência do sintoma desafiador do travesti. A tarefa da presente tese, considerando autores da psicanálise como Freud, Lacan, Dor, Desprats-Péquignot, Pacheco, é de reafirmar a soberania da clínica e a função do diagnóstico estrutural sendo o orientador da direção do tratamento. Assim, pude verificar que não há relação direta entre o travesti e o perverso. Palavras-chave: Psicanálise; travestismo; Perversão; Clínica Psicanalítica; Pesquisa em Psicanálise