O tratamento do autismo infantil na saúde pública e seus efeitos de segregação: uma investigação psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fontenele, Thalita Castello Branco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/113539
Resumo: Nos últimos anos, o autismo entrou, em definitivo, na pauta de nossas políticas públicas e podemos presenciar aí uma espécie de divisão entre uma perspectiva reabilitadora da deficiência e outra da atenção psicossocial. Considerando o pequeno número de publicações sobre o tratamento do autismo infantil nesse campo, justificamos a relevância desta pesquisa, cujo objetivo geral foi investigar o discurso sobre o autismo nos CAPSis e CERs de Fortaleza. Para tanto, foi feito um estudo de caso através de entrevistas com profissionais, observações in loco e investigação de documentos. Em seguida, realizamos uma análise do discurso de inspiração psicanalítica, apontando a incidência dos quatro discursos lacanianos em ambos os serviços. Como fundamento teórico, resgatamos a noção de segregação, tal como entendida por Lacan, para pensar acerca dos efeitos do discurso tecnocientífico sobre o autismo. Assim, tivemos como resultado: 1) o fato de que o autismo tem evidenciado um outro momento na saúde pública, em que há um deslizamento nas formas de tratar que vão da atenção psicossocial em direção ao modelo operativo da reabilitação da deficiência; 2) que o mesmo discurso tecnocientífico e seus efeitos segregativos podem ser encontrados tanto nos CAPSis quanto nos CERs, mas que ainda é possível identificar no cotidiano desses serviços pequenas insubordinações capazes de driblar os efeitos da lógica da ciência e do capital; e 3) que ¿ apesar da ciência e do capitalismo seguirem irrefreavelmente seu rumo ¿ a psicanálise, a partir de sua posição ética e subversiva, tem papel importante nesse campo de atuação, por se negar a colocar o sujeito no escanteio de sua prática. Palavras-chave: Psicanálise; Autismo; Saúde pública; Segregação.